A decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se aceita a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o deputado Jair Bolsonaro (PSL) pelo crime de racismo foi adiada. Quando a votação estava empatada em 2 a 2, nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes pediu vista do processo e suspendeu a sessão. O magistrado disse que definirá seu voto para anunciá-lo na próxima semana.
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'Discurso de ódio racista é desumanizador', diz procuradorFachin nega dois habeas corpus para Eduardo Cunha no STF2ª Turma do STF envia inquérito contra Serra para Justiça Eleitoral de SPAlckmin critica Bolsonaro e Dilma em jingle de campanhaEm seguida, o ministro Luís Roberto Barroso iniciou seu voto relembrando outras frases de Bolsonaro e disse que ‘apesar de ultrapassar os limites do erro, as afirmações sobre mulheres e imigrantes não transpõe a fronteira do crime’, diferentemente do caso dos quilombolas. "Ao comparar com bicho, vejo elemento plausível de recebimento de denúncia."
A ministra Rosa Weber acompanhou a análise de Barroso e também se posicionou pela abertura de ação penal contra Bolsonaro.
O ministro Luiz Fux afirmou que o discurso Bolsonaro contém "palavras extremamente infelizes", mas acompanhou o voto de Mello e também rejeitou o recebimento da denúncia.
Na sessão da próxima terça-feira, Alexandre de Moraes dará seu parecer e definirá a votação, rejeitando a denúncia ou aceitando o proposto pela PGR e abrindo ação penal contra Jair Bolsonaro.
Entenda o caso
Em abril de 2017, durante palestra no Clube Hebraica do Rio de janeiro, Jair Bolsonaro usou o termo ‘arrobas’ como unidade de medida de peso ao se referir a um quilombola.
"Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí. Eu fui num quilombo, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada.
Em resposta à denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Bolsonaro afirmou que a PGR quer criminalizá-lo por expressar opiniões, além de ter tirado as declarações de contexto..