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Estado de Minas

Com Haddad em evidência no material de campanha, PT lança programa de governo em Belo Horizonte

Partido dos Trabalhadores faz evento de campanha no Bairro Santa Tereza, na Região Leste da capital mineira


postado em 28/08/2018 19:20 / atualizado em 29/08/2018 07:43

PT usa imagem de Fernando Haddad em cartaz durante lançamento de programa de governo em Belo Horizonte(foto: Túlio Santos/EM/D. A Press)
PT usa imagem de Fernando Haddad em cartaz durante lançamento de programa de governo em Belo Horizonte (foto: Túlio Santos/EM/D. A Press)

Com um banner do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao fundo e aos gritos de “Lula livre” a todo instante, o ato que seria para o lançamento do plano de governo do PT para Minas Gerais e para o Brasil se transformou em evento contra o PSDB e exaltação ao petista. O palanque montado na Praça Duque de Caixas, no Barro Santa Santa Tereza, Leste de Belo Horizonte, reuniu na noite dessa terça-feira (28)o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula, Fernando Haddad (PT), o governador Fernando Pimentel, que disputa a reeleição, sua vice, Jô Moraes (PCdoB), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), indicada para o Senado, e a deputada estadual gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB).

Os discursos foram marcados por críticas à gestão de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas e, especialmente, ao relatório feito pelo segundo no Senado e que culminou no impeachment de Dilma. “Foi aqui que derrotamos os tucanos (em 2014, Pimentel venceu as eleições ainda no primeiro turno) e demos a vitória para Dilma.

Agora, o promotor do golpe está querendo disputar as eleições para ser governador outra vez”, afirmou Pimentel, interrompido na sequência pelos gritos de “Aécio e Anastasia, a mesma porcaria”. O governador voltou a reclamar que encontrou o caixa estadual quebrado e que o governo de Michel Temer (MDB) tem retido verbas para o estado.
No fundo do palco estão as imagens de Lula e de Fernando Pimentel(foto: Túlio Santos/EM/D. A Press)
No fundo do palco estão as imagens de Lula e de Fernando Pimentel (foto: Túlio Santos/EM/D. A Press)

Fernando Haddad argumentou que Lula foi o governante que mais veio a Minas e os mineiros souberam reconhecer a atuação do petista pelo estado – tanto que Dilma venceu as eleições nas duas vezes em que disputou, a segunda delas, contra Aécio Neves. “No mesmo dia em que Dilma foi reeleita, começaram a desestabilizar as instituições brasileiras, uma oposição liderada por Aécio Neves. Nunca imaginei que o neto do chamado mártir da democracia (Tancredo Neves) atentaria contra a própria democracia. E o parceiro nesse atentado tem um nome: Anastasia”, disse. O senador Aécio Neves é candidato a deputado federal nestas eleições.

Indicada para a disputa ao Senado, Dilma disse que a eleição tem dois lados: um daqueles “responsáveis pelos maiores avanços do país” e outros dos “golpistas”que trouxeram o retrocesso para o país. Dizendo-se injustiçada e vítima de um golpe, ela afirmou que voltou ao estado para “lutar por Minas e pelo Brasil”. A chapa tem um segundo candidato ao Senado, o deputado federal Miguel Corrêa Júnior. No entanto, ele não participou do evento, não teve o nome incluído no material distribuído no local nem nos banners nem foi citado no palanque.

“JOGO DE CENA” Preso em Curitiba desde 7 de abril depois de condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do triplex, Lula ainda tenta viabilizar a sua candidatura. A expectativa é que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida sobre o pedido de registro no próximo dia 4. Impugnações apresentadas contra a candidatura de Lula na Justiça Eleitoral argumentam que ele estaria impedido de disputar as eleições porque se encaixa nos casos de inelegibilidade previstos na Lei da Ficha Limpa.

Se Lula não obtiver a autorização judicial, Haddad vai substituí-lo, tendo como vice Manuela d’Ávila. Do palanque, Haddad afirmou acreditar que os magistrados vão acatar determinação do Comitê dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o país libere a candidatura de Lula. “Não é pouca coisa a ONU dizer isso”, afirmou, lembrando que o Brasil é signatário de vários tratados internacionais. Segundo ele, a orientação da ONU reforça a defesa da indicação de Lula para o cargo, enquanto muitos dizem que trata-se apenas de um “jogo de cena”.

Durante o evento foram vendidas vendidas camisas com os rostos de Lula, Haddad e de Dilma a R$ 20. Nos dizeres das camisetas sempre frases como “Lula Livre” e “Dilma senadora”. Chamou a atenção, no entanto, a falta de produtos com apoio à reeleição do governador Fernando Pimentel.


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