A economista e advogada Elena Landau, recém-empossada como presidente nacional do movimento suprapartidário Livres, de orientação liberal, afirmou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" que a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) ou a volta do PT seriam "duas tragédias para o País".
Elena, que foi uma das principais economistas do PSDB por 25 anos, se desligou do partido em 2017 e assumiu, em 21 de agosto deste ano, a liderança do grupo. O Livres se define como liberal "por completo", tanto em temas econômicos quanto nos costumes.
"Deixamos de usar a palavra liberal porque ela ficou distorcida, já que muitos candidatos conservadores que não têm nada de liberal usam essa palavra. O Livres trabalha para dar ao cidadão a possibilidade de ser dono de seu destino", afirma Elena, que também é colunista do Estado. A seguir, os principais trechos da entrevista:
O Livres tem interesse de se tornar um partido no futuro?
No momento, descartamos a ideia de ser um partido. Existe uma enorme barreira à entrada do novo na política. Começar do zero é muito caro. Nossos associados não têm o perfil de construir um partido. Para montar um partido é preciso dezenas de milhões de reais. A lei eleitoral é feita para se retroalimentar. Quem tem mais bancada ganha mais dinheiro, quem tem mais dinheiro ganha mais tempo de TV e por aí vai. Hoje, a gente acredita que é até melhor ser um movimento suprapartidário. Muitos potenciais apoiadores têm nos procurado porque isso dá mais liberdade. Mas isso não significa que o Livres abriu mão da ideia de atuação política. Temos a intenção de, ao longo do tempo e começando por essa eleição, termos ‘bancadas da liberdade’ ao redor do Brasil.
O que seriam 'bancadas da liberdade'?
Se o Congresso tem a bancada da bala, a bancada do boi, queremos ter também as bancadas da liberdade, que defendem o combate à burocracia, que propõem um Estado eficiente, mais próximo da população, com igualdade de oportunidades e facilidades para os empreendedores de todas as rendas. E também defendemos a liberdade nos costumes, uma pauta mais progressista, com liberdade de expressão, casamento homoafetivo e legalização da maconha. Deixamos de usar a palavra liberal porque ela ficou distorcida, já que muitos candidatos conservadores que não têm nada de liberal usam essa palavra. O Livres trabalha para dar ao cidadão a possibilidade de ser dono de seu destino.
Quais as metas do Livres para as eleições 2018?
Estamos com muita expectativa. Temos cerca de 40 candidatos em todos os níveis de governo.
Como a sra. avalia o atual quadro político brasileiro?
Encaro com muita apreensão porque vejo nos dois candidatos que lideram as pesquisas (Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro) a gravidade da situação fiscal. A volta do PT ou a eleição de Bolsonaro seriam duas tragédias. O Centro tem que se unir porque, caso contrário, vai acabar empurrando os extremismos para o segundo turno. Depois de termos passado por mensalão, petrolão, pela recessão, achei que seria diferente, mas começou a campanha e virou populismo de novo. Ninguém quer ouvir quem fala a verdade. Aí surgem ideias mirabolantes como resolver a dívida pública vendendo todas as estatais.
Ao mesmo tempo, a sra. defende uma agenda positiva da política...
Não adianta entrar na política com desprezo pela política, com esse discurso do "renova tudo, falando que nenhum político presta", cheio de ataques a adversários. Nem todo parlamentar é ruim e não precisa renovar tudo porque também tem muita gente boa no Congresso e na política. Defendemos uma agenda mais pragmática.
Elena, que foi uma das principais economistas do PSDB por 25 anos, se desligou do partido em 2017 e assumiu, em 21 de agosto deste ano, a liderança do grupo. O Livres se define como liberal "por completo", tanto em temas econômicos quanto nos costumes.
"Deixamos de usar a palavra liberal porque ela ficou distorcida, já que muitos candidatos conservadores que não têm nada de liberal usam essa palavra. O Livres trabalha para dar ao cidadão a possibilidade de ser dono de seu destino", afirma Elena, que também é colunista do Estado. A seguir, os principais trechos da entrevista:
O Livres tem interesse de se tornar um partido no futuro?
No momento, descartamos a ideia de ser um partido. Existe uma enorme barreira à entrada do novo na política. Começar do zero é muito caro. Nossos associados não têm o perfil de construir um partido. Para montar um partido é preciso dezenas de milhões de reais. A lei eleitoral é feita para se retroalimentar. Quem tem mais bancada ganha mais dinheiro, quem tem mais dinheiro ganha mais tempo de TV e por aí vai. Hoje, a gente acredita que é até melhor ser um movimento suprapartidário. Muitos potenciais apoiadores têm nos procurado porque isso dá mais liberdade. Mas isso não significa que o Livres abriu mão da ideia de atuação política. Temos a intenção de, ao longo do tempo e começando por essa eleição, termos ‘bancadas da liberdade’ ao redor do Brasil.
O que seriam 'bancadas da liberdade'?
Se o Congresso tem a bancada da bala, a bancada do boi, queremos ter também as bancadas da liberdade, que defendem o combate à burocracia, que propõem um Estado eficiente, mais próximo da população, com igualdade de oportunidades e facilidades para os empreendedores de todas as rendas. E também defendemos a liberdade nos costumes, uma pauta mais progressista, com liberdade de expressão, casamento homoafetivo e legalização da maconha. Deixamos de usar a palavra liberal porque ela ficou distorcida, já que muitos candidatos conservadores que não têm nada de liberal usam essa palavra. O Livres trabalha para dar ao cidadão a possibilidade de ser dono de seu destino.
Quais as metas do Livres para as eleições 2018?
Estamos com muita expectativa. Temos cerca de 40 candidatos em todos os níveis de governo.
Como a sra. avalia o atual quadro político brasileiro?
Encaro com muita apreensão porque vejo nos dois candidatos que lideram as pesquisas (Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro) a gravidade da situação fiscal. A volta do PT ou a eleição de Bolsonaro seriam duas tragédias. O Centro tem que se unir porque, caso contrário, vai acabar empurrando os extremismos para o segundo turno. Depois de termos passado por mensalão, petrolão, pela recessão, achei que seria diferente, mas começou a campanha e virou populismo de novo. Ninguém quer ouvir quem fala a verdade. Aí surgem ideias mirabolantes como resolver a dívida pública vendendo todas as estatais.
Ao mesmo tempo, a sra. defende uma agenda positiva da política...
Não adianta entrar na política com desprezo pela política, com esse discurso do "renova tudo, falando que nenhum político presta", cheio de ataques a adversários. Nem todo parlamentar é ruim e não precisa renovar tudo porque também tem muita gente boa no Congresso e na política. Defendemos uma agenda mais pragmática.