A polarização entre PT e PSDB, com cada um – respectivamente o governador Fernando Pimentel e o senador Antonio Anastasia – jogando a culpa pela crise financeira por que passa Minas Gerais na conta do outro, marcou as primeiras propagandas eleitorais no rádio e na TV para o governo de Minas, nesta sexta-feira (31).
As estratégias que já vinham se mostrando na campanha de internet e de rua também foram reforçadas pelo governador Fernando Pimentel (PT) e pelo senador Antonio Anastasia. Enquanto o petista se mostra como candidato do Lula, o tucano se mostra como o gestor que resolveu a crise de Minas no passado e aponta os erros do sucessor.
Pimentel foi quem abriu os programas para o governo. O vídeo traz trechos da convenção estadual do partido, que confirmou os nomes de Dilma Rousseff para o Senado e de Pimentel para o governo. Dilma apresenta os inimigos do povo “um que perdeu a eleição” e o outro que “destruiu o orçamento do governo de Minas”, em referência a Aécio Neves (PSDB) e Anastasia, respectivamente.
Também desqualifica o chamado “choque de gestão”, implantado na gestão tucana e se coloca como “do lado do povo”. O programa tem com tom nacional. “Vamos fazer do jeito que sabemos, mostrando como foi o governo do Lula e da Dilma”, diz Pimentel. Mais cedo, ele apresentou a rádio “Lula livre e Pimentel governador”.
O candidato à reeleição fez uma saudação e disse estar trabalhando muito para “superar a crise e as dificuldades herdadas dos tucanos.” O petista disse estar seguro de que fez as melhores escolhas para tornar o estado mais “democrático” e “justo” e apresentou seu jingle. Na música, de novo o ex-presidente Lula é o cabo eleitoral. Também é cantado o nome de Dilma. O governador, que vem apostando na campanha nas redes sociais, deu seu site e “o zap do Pimentel”, e reforçou sempre a mensagem de que está do “lado” certo, o lado do povo.
O senador Antonio Anastasia (PSDB) quis imprimir marca própria em seu programa de TV, tentando se desvincular da imagem do padrinho político, o senador Aécio Neves. Para isso, adotou tom personalista. “Cada vez que eu assuno alguma coisa, é meu nome que está lá”, disse, ressaltando ainda ser o líder e o responsável pelas ações. “Anastasia é Anastasia, gestor de verdade”, diz a assinatura da propaganda. Ele lembra a trajetória a frente do governo e atribui a crise a Pimentel. “Quem perdeu com a má gestão do governo foram as famílias”, disse.
Ele abriu seu espaço no rádio dizendo que o próximo governo terá uma tarefa difícil, por causa da gestão de Pimentel, que chamou de “desgoverno”. O tucano listou as dificuldades do estado, com destaque para a falta de “pagar salário em dia” e de repasses para saúde e para as prefeituras de Minas. “O próximo governador terá de consertar isso usando muita experiência”, disse.
Anastasia se mostrou como técnico e disse apostar em nomes do mercado e não em políticos, citando pessoas que fizeram parte do seu governo no passado, incluindo um do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Anastasia diz que já venceu a crise e vencerá de novo.
Tentando se apresentar como terceira via, o candidato do MDB ao governo Adalclever Lopes, ficou com a missão de convencer os eleitores de que a polarização entre PT e PSDB é prejudicial ao país. O presidente da Assembleia falou do passado como ascensorista de elevador e trabalhador em chaveiro e dos mandatos parlamentares. “Minas precisa parar de brigar para voltar a ser dos mineiros”, disse.
O emedebista foi o único a dar espaço para a vice no primeiro programa. Adriana Buzelin entrou para dizer que é mulher, deficiente e luta pelos direitos dos animais. “Você não precisa mais escolher entre dois lados”, afirmou, fechando o horário.
Com segundos de tempo na TV, o candidato da Rede, João Batista dos Mares Guia, também se apresentou como a terceira via. Pela legislação eleitoral, as peças de governador e senador serão exibidas nas segundas, quartas e sextas-feiras e as de presidente nas terças, quintas e sábados.