Jornal Estado de Minas

'Foi uma cirurgia aberta e as lesões são graves', diz equipe médica que atendeu Bolsonaro

Médicos da Santa Casa de Juiz de Fora, onde Jair Bolsonaro (PSL) foi operado no fim da tarde desta quinta-feira após ter sido esfaqueado em ato de campanha, afirmaram, em entrevista na noite de ontem, que a situação do candidato é grave, mas estável.
 
Luiz Henrique Borsato, membro equipe de cirurgia geral do hospital que participou da operação, afirmou que Bolsonaro foi vítima de um traumatismo abdominal causado pela arma branca e deu entrada no hospital com sinais de choque. A cirurgia foi realizada com caráter de urgência e uma “volumosa hemorragia interna” foi diagnosticada e controlada. Além disso, o militar apresentou lesões em diversos órgãos, segundo o médico. “Três perfurações no intestino delgado e apresentou uma lesão grave no intestino grosso e houve contaminação de fezes no interior da cavidade abdominal”, explica o médico. 

Gláucio outro cirurgião da equipe, afirmou que Bolsonaro chegou à Santa Casa “com a pressão muito baixa e felizmente conseguimos conter a hemorragia a tempo”. Os médicos informaram, também, que não houve lesão hepática e que “não sabem de onde veio” essa informação. 

Por hora, Bolsonaro, segundo os médicos, está recebendo antibióticos e foi submetido a uma colostomia, procedimento  que é a colocação de uma bolsa na parede interna do intestino que, temporariamente, recolhe as fezes do paciente.

Jair Bolsonaro pode ser transferido, amanhã, para o hospital Sírio Libanês, em São Paulo, mas a equipe médica frisou que é uma decisão que a família tem que tomar, desde que o paciente tenha condições físicas para ser transportado, “coisa que ele não tem ainda”.

A equipe ressalta Jair Bolsonaro não estava de colete a prova de balas quando chegou no hospital "apenas com uma camisa amarela" e que nesta sexta-feira(7), às 10h30, eles devem fazer um novo comunidado em relação à situação do candidato.
 
Luiz Henrique Borsato, afirmou que ele perdeu “entre 2L e 2,5L de sangue” e que os danos foram “muito graves”. Ele conta, também, que o início da cirurgia foi um momento crítico, no qual o candidato estava “muito instável” e que, durante o procedimento, ele foi progressivamente se estabilizando. “É cedo para falar que se ele terá sequelas, mas acreditamos que não”, frisou. 

O médico explicou, ainda, que Jair Bolsonaro terá que ser submetido, em dois meses, a uma outra cirurgia para retirada da bolsa. “Ele está acordado, reconheceu o filho, mas da última vez que o vi ele ainda estava sob efeito do sedativo”, afirmou.

Por fim, o médico declarou que Jair Bolsonaro ainda não têm ciência do ocorrido e que “não tem lucidez”, por conta da sedação, para receber a notícia do ataque.  (Com informações de Maryanne Schmitz)

* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie  
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