A juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara Federal da Subseção de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, decidiu, em audiência de custódia, pela transferência de Adelio Bispo de Oliveira para um presídio federal. O homem de 40 anos, que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), cumpre prisão preventiva desde a madrugada desta sexta-feira, quando foi conduzido ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp).
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Agressor de Bolsonaro tinha passagem pela polícia em Montes Claros Aliados dizem que Bolsonaro não vai mais para as ruasMalta diz que "qualquer cidadão pode representar Bolsonaro"Agressor de Bolsonaro é transferido para presídio federal no Mato Grosso do SulTemer reúne ministros para analisar segurança após ataque a BolsonaroFamiliares ouvidos pelo Estado de Minas haviam demonstrado preocupação quanto à integridade física de Adelio. Um dos advogados dele, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, admitiu a tendência de condenação.
“Se a defesa vai trabalhar nesse processo, ela vai trabalhar até com um pedido de condenação. Mas um pedido de condenação levando em consideração todas as circunstâncias atenuantes: a conduta da vítima, a confissão espontânea…”, disse.
Representante de Bolsonaro no caso, o deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR) defendeu o cumprimento da prisão preventiva em cela separada para evitar, nas palavras do próprio parlamentar, “queima de arquivo”.
Francischini demonstrou estranhamento com o fato de Adelio contar com quatro advogados particulares para defendê-lo no caso. “Nos chama muita atenção - e aqui eu faço o registro de que é um direito da defesa ter advogados -, mas alguém, em situação de pobreza como a gente viu, ter quatro advogados e não ter a defensoria pública acompanhando… Só aí eu deixo para vocês de que não há indícios de que não é um ‘lobo solitário’ sem estrutura financeira nenhuma”, disse.
Francischini demonstrou estranhamento com o fato de Adelio contar com quatro advogados particulares para defendê-lo no caso. “Nos chama muita atenção - e aqui eu faço o registro de que é um direito da defesa ter advogados -, mas alguém, em situação de pobreza como a gente viu, ter quatro advogados e não ter a defensoria pública acompanhando… Só aí eu deixo para vocês de que não há indícios de que não é um ‘lobo solitário’ sem estrutura financeira nenhuma”, disse.
Adelio vivia em Juiz de Fora há cerca de 15 dias. Na pensão onde morava, foram apreendidos um notebook e dois celulares - além dos dois que ele carregava no momento em que esfaqueou Bolsonaro.
Adelio foi indiciado na Lei de Segurança Nacional, que prevê punições a crimes com motivação política. O Artigo 20 diz respeito a “atentado pessoal por inconformismo político”.
O próprio investigado admitiu ter esfaqueado Bolsonaro por motivações políticas e religiosas. A cena, inclusive, foi registrada em vídeos por apoiadores do presidenciável.
Cerca de 20 pessoas se reuniram do lado de fora do prédio em que a audiência foi realizada para apoiar Bolsonaro. A maioria dos participantes era composta por homens. Crianças também foram levadas ao movimento.
Suspeitos
No entendimento dos representantes de Bolsonaro, Adelio não agiu sozinho. A própria Polícia Federal admitiu a investigação de pelo menos outros dois suspeitos de envolvimento no caso.
Representante da Subseção de Juiz de Fora da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Robson Feijão disse que as investigações iniciais apontam que uma mulher, de cerca de 25 anos, e um homem, não identificado, podem ter participado do ataque.
O caso
Durante um ato de campanha na tarde dessa quinta-feira em Juiz de Fora, na Zona da Mata, Jair Bolsonaro foi esfaqueado. Apoiadores registraram o momento, ocorrido no cruzamento entre as ruas Halfeld e Batista de Oliveira.
Bolsonaro foi levado às pressas para a Santa Casa, onde foi atendido e passou por cirurgia ainda na tarde dessa quinta. Como o quadro clínico já era considerado estável, o presidenciável deixou Juiz de Fora rumo a São Paulo na manhã desta sexta. Na capital paulista, seguirá a recuperação no Hospital Israelita Albert Einstein.
Adelio, por sua vez, foi conduzido até a Polícia Federal. O homem de 40 anos, nascido em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, foi transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) durante a madrugada. De lá, partiu para a audiência.