Os advogados responsáveis pela defesa de Adelio Bispo de Oliveira – homem que esfaqueou o candidato a presidente da República pelo PSL, Jair Bolsonaro – querem proteção policial.
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Filhos de Bolsonaro se reúnem na PF e avaliam escolta a membros da família'Falou que saiu para matar e morrer', relata advogado de agressor de BolsonaroAdvogados relatam ameaças por terem assumido defesa de agressor de BolsonaroInvestigação da PF indica que Adelio agiu sozinhoO pedido foi formalizado nesta segunda-feira por Fernando Magalhães e Zanone Manuel de Oliveira Júnior nas polícias Civil e Militar em razão de ameaças de morte sofridas por ambos via telefone, WhatsApp e Facebook.
A denúncia também foi apresentada ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a seção mineira da entidade, além de subseções no interior do estado.
De acordo com Fernando Magalhães, familiares também receberam ligações com ameaças de violência física e indícios que eles estão sendo monitorados. “Já nos disseram coisas como, 'eu sei que vocês chegaram no escritório'. Minha mulher recebeu uma ligação dizendo que sabem onde ela mora”, disse o advogado.
De acordo com ele, alguns autores das ameaças já estão sendo identificados e são pessoas que se dizem simpatizantes de Jair Bolsonaro. Ainda segundo o advogado, os colegadas Marcelo Manoel da Costa e Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa não relataram ter recebido qualquer tipo de ameaça.
Apesar do transtorno para si e familiares e as críticas que vem recebendo por estar na defesa de Adélio Bispo, o advogado disse que não se arrepende de ter aceitado atuar no caso.
“Esse é o ofício que eu nasci para fazer. Mas a gente vê com preocupação quando o direito é esquecido. Nós não defendemos uma pessoa que tentou matar o Bolsonaro, mas o direito de uma pessoa que tentou matar o Bolsonaro”, explicou.
Insanidade mental
De acordo com o advogado, no final da tarde desta segunda-feira (10) a defesa protocolou na Justiça em Juiz de Fora um “incidente de sanidade mental”, que poderá resultar na transferência de Adélio para um hospital psiquiátrico.
Caso a Justiça acate o incidente, será nomeado um perito judicial para avaliar as condições psicológicas do agressor do candidato a presidente.
No documento, os advogados solicitam que os exames sejam feitos em até 45 dias.
Para fazer o pedido, os advogados se basearam em declarações de Adelio Bispo sobre o uso de remédios controlados e histórico de questões neurológicas e psiquiátricas. Se ele for considerado totalmente incapaz, cumprirá pena em um hospital psiquiátrico. Caso a incapacidade seja parcial, há uma atenuante para a pena, que poderá ser cumprida no presídio. .