Montes Claros – O homem que esfaqueou o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora, na quinta-feira passada, Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, pregava a palavra de Deus e paz entre os irmãos, sendo também um profundo conhecer da Bíblia.
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“Ele (Adelio) é culto demais. Falava e pregava bem demais. Pregava a paz e a salvação. Ele sabe tudo de Bíblia, de ‘cabo a rabo’”, afirmou o evangélico, que pediu para não ter o seu o nome revelado.
“Ele estava desnorteado e apareceu com uma conversa esquisita. Falava que os maçons estavam rastreando as conversas dele pelo celular. Para conversar com ele, a gente tinha que falar baixinho e tirar a bateria e o chip do celular”, afirma o autônomo.
A Igreja Missionária Resplendor da Glória de Deus é uma congregação evangélica pequena, fundada na cidade Norte de Minas, há pouco mais de 20 anos por uma pastora. Embora tenham apresentado versões diferentes sobre o assunto, advogados que defendem Adelio disseram ter sido contratados e pagos por uma congregação evangélica de Montes Claros ou pessoas ligadas a elas.
A fundadora da Resplendor da Glória negou ter feito contato ou pagamento a advogados, alegando que não tem condições financeiras para isso. A informação também foi rebatida por dirigentes de outras duas igrejas evangélicas de Montes Claros: a Evangelho Quadrangular, que seria frequentada por Adelio, segundo seus parentes, informação também negada pelo pastor Antônio Levi de Carvalho, e a Testemunhas de Jeová, da qual o agressor de Bolsonaro seria seguidor, segundo um de seus advogados.
O autônomo J.R. disse que, há mais de 15 anos, Adelio passou a frequentar a Igreja Resplendor da Glória.
“Ele (Adelio) passou a frequentar a nossa igreja e se tornou amigo da gente. Depois, sumiu. Foi para Uberaba e Florianópolis. Acho que durante um período de mais de 15 anos ele voltou aqui umas cinco vezes, no máximo. Mas sempre vinha rápido, como se fosse viagem de férias. Ficava uns 20 dias e voltava, dizendo que tinha que trabalhar”, relata J.R..
O morador de Montes Claros conta ainda que Adelio, sempre que retornava à cidade, frequentava a igreja evangélica e fazia pregações, mas não falava de política dentro do templo. “Ele dizia que não aceitava misturar política com religião”, descreveu.
O homem que conviveu com agressor de Bolsonaro disse que ficou surpreso quando tomou conhecimento do atentado praticado por Adelio contra o candidato do PSL. “Realmente, fiquei surpreso. Nunca imaginava que ele fosse fazer aquilo. Isso não tem lógica. Ele pregava a palavra. Deveria estar transtornado. Não tem lógica uma pessoa em sã consciência fazer uma coisa dessas.”