o candidato João Batista Mares Guia admite que, caso seja eleito, dificilmente conseguirá acabar com o parcelamento dos salários no primeiro ano, mas defende que a medida atinja todos os servidores, incluindo o governador, os secretários, juízes, promotores e deputados. “Hora de crise é economia de guerra. Vamos ter corte de 30% ou todo mundo faz sacrifícios”
Veja vídeo da entrevista exclusiva
Há anos a política mineira e nacional está polarizada entre PT e PSDB. Por que é tão difícil conseguir viabilidade para uma terceira via nas eleições?
Em Minas Gerais, o PSDB e o PT são dois becos sem saída. No governo Antonio Anastasia eles pegaram a economia do Brasil crescendo, Minas com receita crescendo, mas não houve diversificação e gastaram mais do que qualquer outro governo. Fez um volume de empréstimos anuais que nunca foi feito, o que dá mais ou menos R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões anuais. A crise arrebentou em 2013. Os tucanos deixaram 1.250 obras paradas, zero para investimento e um comprometimento de 87,4% das receitas correntes com a folha de ativos e inativos.
Caso eleito, quais medidas econômicas o senhor tomaria para retirar o estado da crise financeira?
Primeiro o ajuste fiscal, corte de 25% dos cargos em comissão. Acabar com nomeações políticas na Copasa e na Cemig e qualquer empresa pública. Segundo, privatização.
Ao mesmo tempo em que o senhor fala em reduzir as despesas existe uma demanda por novos gastos e investimentos. O funcionalismo público está estagnado em seus planos de carreira há cinco anos. É possível atender essas demandas?
Plano de carreira é fundamental para negociar e chegar a consensos básicos. Mas sejamos realistas, quem fixar um calendário para implementar o início de planos de carreira está cometendo uma irresponsabilidade. Nem sequer a crise fiscal foi enfrentada. É preciso acabar com os privilégios do Judiciário e do Legislativo e das grandes corporações, acabar com as isenções fiscais de empresários cartoriais que só vivem da tutela estatal, cortar cargos em comissão e reduzir as secretarias. Só assim já se faz uma enorme economia.
O senhor falou da privatização da Gasmig. Como será sua política para as estatais? O senhor defende a privatização de outras estatais?
Eu vou acabar com a Copanor, teremos apenas a Copasa. A Gasmig hoje está entregue à família do deputado João Magalhães, do MDB. Ele deve ter uns 30 processos na Justiça.
Como vai ser sua relação com os municípios que não estão recebendo repasses do estado?
Eu vou criar 24 territórios em Minas. Uma vez por semestre eu vou a cada território. A agenda será educação, saúde e segurança. Nem coloco infraestrutura porque no primeiro ano não haverá dinheiro. Vamos pactuar com prefeituras, câmaras municipais, movimentos sociais e empresários a retomada do crescimento econômico a partir das vocações locais. Nesse momento seria uma irresponsabilidade dizer que o passivo que Pimentel irá deixar, hoje em R$ 8 bilhões, nós vamos cumpri-lo. Vamos ter que negociar para no terceiro e no quarto ano pagar isso. Os prefeitos sabem que não tem de onde tirar esse dinheiro. O governo federal só tira dos estados. Mas a partir do primeiro dia do meu governo o dinheiro do município irá para o município. A dívida que fica para trás nós vamos ter que negociar e parcelar. A partir de 1º de janeiro vamos entregar aos municípios o que é deles, porque senão é apropriação indébita.
Minas Gerais não paga o piso salarial mínimo dos professores até hoje. É possível pagar o salário que foi determinado como mínimo para a categoria em todo o país?
Em até um ano, desde que o ajuste fiscal seja feito e o trabalho de crescimento econômico seja feito, é possível voltarmos a pagar o piso nacional do salário dos professores, que afinal de contas não é tão elevado assim. O governo atual não está cumprindo porque foi inepto no enfrentamento da crise fiscal que herdou de Anastasia. O governador Pimentel jogou para a plateia de forma populista e não tomou as medidas necessárias. Mas o estado não pode ser caloteiro e a lei federal manda o estado pagar o mínimo aos professores. Então o que vou fazer? A diferença do que o estado deve pagar e o que efetivamente paga será registrada e vou, por meio de lei, apresentar como débito do estado com os professores. Quando tivermos a verba lá na frente vamos repor aos professores. Não pagar o mínimo que está na lei é um calote nos professores. É uma dívida que será um exemplo simbólico de que não vamos aceitar calote. Aposto que em até dois anos vamos superar a crise fiscal e vamos quitar esse débito com os professores. Contrato é para ser cumprido.
o candidato João Batista Mares Guia admite que, caso seja eleito, dificilmente conseguirá acabar com o parcelamento dos salários no primeiro ano, mas defende que a medida atinja todos os servidores, incluindo o governador, os secretários, juízes, promotores e deputados. “Hora de crise é economia de guerra. Vamos ter corte de 30% ou todo mundo faz sacrifícios”
Veja vídeo da entrevista exclusiva
Há anos a política mineira e nacional está polarizada entre PT e PSDB. Por que é tão difícil conseguir viabilidade para uma terceira via nas eleições?
Em Minas Gerais, o PSDB e o PT são dois becos sem saída. No governo Antonio Anastasia eles pegaram a economia do Brasil crescendo, Minas com receita crescendo, mas não houve diversificação e gastaram mais do que qualquer outro governo. Fez um volume de empréstimos anuais que nunca foi feito, o que dá mais ou menos R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões anuais. A crise arrebentou em 2013. Os tucanos deixaram 1.250 obras paradas, zero para investimento e um comprometimento de 87,4% das receitas correntes com a folha de ativos e inativos. Legou a Pimentel quase R$ 9 bilhões de déficit público. Mas Pimentel só olha para o retrovisor queixando-se de Anastasia, mas se esquece de que ele foi ministro de Dilma e que o governo Dilma projetou no país uma recessão de três anos, criando uma crise enorme. Pimentel ainda multiplicou por 3,5 o déficit fiscal herdado de Anastasia. Esses dois caminhos já se mostraram becos sem saída. É hora de uma terceira via para superar isso.
Caso eleito, quais medidas econômicas o senhor tomaria para retirar o estado da crise financeira?
Primeiro o ajuste fiscal, corte de 25% dos cargos em comissão. Acabar com nomeações políticas na Copasa e na Cemig e qualquer empresa pública. Segundo, privatização. Privatizar a Gasmig e acabar com a Copanor. Terceiro lugar é fazer uma auditoria completa da folha de pagamento no estado. Tem gente que ganha R$ 950 de diária em Minas, tem gente que tem promoções e vantagens que ninguém sabe. Quarto lugar é fazer uma reforma patrimonial. Estimo uma receita de R$ 2 bilhões que o estado tem em fazendas, salas, prédios e lotes. Gasta com custeio e vigilância. Nós somos uma empresa imobiliária? Não. Então coloca tudo em um leilão público e fatura mais ou menos R$ 2 bilhões para ajudar a resolver o problema. Quinto: de 21 secretarias eu vou para 15 secretarias, com viés para 12 secretarias. Reduzir muito em custeio. Isso pode dar uma economia de cerca de R$ 500 milhões ou R$ 600 milhões por ano. Ao lado disso, negociar com os poderes orçamento base zero e reduzir os programas naquilo que é essencial e com uma ênfase forte na educação e na saúde.
Ao mesmo tempo em que o senhor fala em reduzir as despesas existe uma demanda por novos gastos e investimentos. O funcionalismo público está estagnado em seus planos de carreira há cinco anos. É possível atender essas demandas?
Plano de carreira é fundamental para negociar e chegar a consensos básicos. Mas sejamos realistas, quem fixar um calendário para implementar o início de planos de carreira está cometendo uma irresponsabilidade. Nem sequer a crise fiscal foi enfrentada. É preciso acabar com os privilégios do Judiciário e do Legislativo e das grandes corporações, acabar com as isenções fiscais de empresários cartoriais que só vivem da tutela estatal, cortar cargos em comissão e reduzir as secretarias. Só assim já se faz uma enorme economia. Ainda assim não dá para fazer concurso ou nomear quem passou em concurso. Não dá para aumentar gasto com custeio. Provavelmente teremos parcelamento durante todo o primeiro ano. Mas se fizermos parcelamento, ele vai começar com o salário do governador, dos secretários, dos desembargadores, dos juízes, do Ministério Público e dos deputados. Não tem como fazer isso com instrumentos legais? Vou chamar para conversar. Hora de crise é economia de guerra. Vamos ter corte de 30% ou todo mundo faz sacrifícios.
O senhor falou da privatização da Gasmig. Como será sua política para as estatais? O senhor defende a privatização de outras estatais?
Eu vou acabar com a Copanor, teremos apenas a Copasa. A Gasmig hoje está entregue à família do deputado João Magalhães, do MDB. Ele deve ter uns 30 processos na Justiça. Isso no governo Pimentel. Eles romperam com o MDB, mas mantêm esses pactos. Vou fortalecer a Copasa para fazer políticas ambientais, preservação de nascentes e recomposição de matas ciliares. A empresa tem ótimos profissionais. A Cemig está em crise existencial. Ela sabia fazer grandes barragens, formou uma escola de engenharia e de recursos hídricos no Brasil, mas hoje está defasada tecnologicamente. Perdeu quatro barragens e não migrou para a energia solar. O Aécio começou a jogar a Cemig no buraco. Por que comprou a Ligth? Por que dissipou seu capital comprando outras empresas? Deu no que deu. Hoje está em crise. A Cemig vai ter uma cara, uma visão estratégica.
Como vai ser sua relação com os municípios que não estão recebendo repasses do estado?
Eu vou criar 24 territórios em Minas. Uma vez por semestre eu vou a cada território. A agenda será educação, saúde e segurança. Nem coloco infraestrutura porque no primeiro ano não haverá dinheiro. Vamos pactuar com prefeituras, câmaras municipais, movimentos sociais e empresários a retomada do crescimento econômico a partir das vocações locais. Nesse momento seria uma irresponsabilidade dizer que o passivo que Pimentel irá deixar, hoje em R$ 8 bilhões, nós vamos cumpri-lo. Vamos ter que negociar para no terceiro e no quarto ano pagar isso. Os prefeitos sabem que não tem de onde tirar esse dinheiro. O governo federal só tira dos estados. Mas a partir do primeiro dia do meu governo o dinheiro do município irá para o município. A dívida que fica para trás nós vamos ter que negociar e parcelar. A partir de 1º de janeiro vamos entregar aos municípios o que é deles, porque senão é apropriação indébita.
Minas Gerais não paga o piso salarial mínimo dos professores até hoje. É possível pagar o salário que foi determinado como mínimo para a categoria em todo o país?
Em até um ano, desde que o ajuste fiscal seja feito e o trabalho de crescimento econômico seja feito, é possível voltarmos a pagar o piso nacional do salário dos professores, que afinal de contas não é tão elevado assim. O governo atual não está cumprindo porque foi inepto no enfrentamento da crise fiscal que herdou de Anastasia. O governador Pimentel jogou para a plateia de forma populista e não tomou as medidas necessárias. Mas o estado não pode ser caloteiro e a lei federal manda o estado pagar o mínimo aos professores. Então o que vou fazer? A diferença do que o estado deve pagar e o que efetivamente paga será registrada e vou, por meio de lei, apresentar como débito do estado com os professores. Quando tivermos a verba lá na frente vamos repor aos professores. Não pagar o mínimo que está na lei é um calote nos professores. É uma dívida que será um exemplo simbólico de que não vamos aceitar calote. Aposto que em até dois anos vamos superar a crise fiscal e vamos quitar esse débito com os professores. Contrato é para ser cumprido.
Sabatina
Confira as próximas entrevistas com os candidatos ao governo de Minas
- HOJE Adalclever Lopes às 14h
- QUINTA Pimentel às 14h e Dirlene às 17h
- SEXTA Anastasia às 14h e Romeu Zema às 17h
- DIA 19 Alexandre Flach às 14h e Jordano Metalúrgico às 17h
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