Minas Gerais está obrigatoriamente incluída na rota dos candidatos à Presidência da República, que vêm em busca dos votos dos mais de 15,7 milhões de eleitores, o segundo maior contingente do país, atrás apenas de São Paulo. Ontem, passaram pelo estado Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). Antes, estiveram em terras mineiras Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), além de Jair Bolsonaro (PSL), que sofreu um ataque a faca em Juiz de Fora.
Leia Mais
Em BH, Marina responde com corações a provocações de eleitores de BolsonaroEm campanha ao lado de Anastasia, Alckmin promete 'solidariedade' com finanças de MinasÉ inacreditável lançar candidatura na porta de uma penitenciária, diz AlckminMarina faria caminhada da Praça Sete ao Mercado Central, mas diante da grande aglomeração de pessoas, a equipe de campanha preferiu que ela fosse de van após andar um pequeno trecho da Avenida Amazonas. Acompanhavam a comitiva da candidata 10 policiais federais à paisana.
Questionada sobre a atuação em relação a Minas Gerais, Marina prometeu um tratamento igualitário aos estados, independentemente do partido dos governadores. “Terei uma postura totalmente diferente dos governos do PT, MDB e PSDB.
SOLIDÁRIO As finanças do estado foram o principal tema abordado por Alckmin em visita a Contagem e Betim, na Grande BH, também ontem. Ao lado do senador Antonio Anastasia (PSDB), que disputa o governo de Minas, e do candidato ao Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), o tucano afirmou que, se eleito, será “solidário” aos mineiros e parceiro do colega de partido para recuperar o déficit estadual. A previsão para o ano que vem é de um rombo de R$ 5,6 bilhões no caixa do estado.
“Pela competência, ele (Anastasia) vai acertar Minas Gerais, que vive um período muito difícil. Eu quero me solidarizar com o povo mineiro pela confusão que foi feita aqui nas finanças públicas pelo PT”, disse. Alckmin ressaltou ainda que vai fazer “justiça” a Minas e prometeu renegociar a dívida mineira. “É o segundo estado brasileiro, importante para o país.
Marina e Alckmin também comentaram a entrada do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) na campanha, no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a candidata da Rede, agora a eleição com todos os candidatos começa. “Haddad vai ter que responder para a população por que nos anos de governo Dilma/Temer o Brasil acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito e aumentou as coisas erradas que fez, sobretudo na corrupção”, disse. Já o tucano afirmou que “finalmente o PT parou com a enganação”.
OUTROS VISITANTES Na semana passada, Ciro Gomes também esteve em Belo Horizonte, onde ganhou o apoio do prefeito Alexandre Kalil (PHS). “Decidi oficializar estse apoio porque acho ele o candidato mais preparado”, revelou Kalil. O prefeito afirmou que não pediu nada específico em troca de seu apoio, mas cobrou uma atenção maior do Palácio do Planalto para Minas Gerais, o que foi confirmado por Ciro.
O candidato do MDB, Henrique Meirelles, passou por Juiz de Fora, Governador Valadares e Ipatinga, no Vale do Aço. Em eventos de campanha, defendeu a reforma da Previdência, proposta de quando ainda era ministro da Fazenda de Michel Temer – “vai estabelecer mais Justiça” –, e a inclusão do Vale do Rio Doce na área mineira da Sudene para atrair investimentos e geração de empregos. “O melhor programa social que existe é a criação de emprego”, disse em Valadares, onde voltou a prometer a criação de 10 milhões postos de trabalho nos próximos anos.
No último dia 3, João Amoêdo, do Partido Novo, reafirmou, em campanha em BH, que espera conquistar boa parte dos eleitores indecisos para chegar ao segundo turno.
Ainda no fim de agosto, Álvaro Dias (Podemos) fez campanha na capital mineira, onde se encontrou com apoiadores no Mercado Central e falou sobre a desigualdade social no país. Assim como Meirelles, prometeu criar 10 milhões de empregos em quatro anos. Dias, que volta hoje ao estado, comeu queijo e tomou um cafezinho. Se encontrou com Alexandre Kalil, na casa do prefeito, sem, porém, ganhar apoio, que dias depois seria dado a Ciro.
Oficializado como candidato do PT no lugar de Lula, Fernando Haddad passou por BH também no fim do mês passado para participar de ato em que o partido defendia a candidatura do ex-presidente, no Bairro Santa Tereza. Segundo a coordenação de campanha do petista em Minas, Haddad pode se juntar à vice Manuela D’Ávila (PCdoB) em agenda com a presença de jovens lideranças na capital mineira no dia 22, no Viaduto Santa Tereza.
ATENTADO Foi Juiz de Fora, porém, que pôs Minas em destaque nas eleições. Na véspera do feriado da Independência, Jair Bolsonaro foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira em pleno calçadão da Rua Halfeld, no Centro. A ida do presidenciável do PSL à cidade já havia começado com confusão, durante visita a um hospital que atende mulheres com câncer. Foi preciso intervenção dos policiais federais que faziam a segurança do candidato. No meio da tarde, no Centro, enquanto Bolsonaro era carregado por apoiadores, Adelio o esfaqueou.
.