Única mulher entre os candidatos ao governo de Minas, Dirlene Marques (Psol) concedeu entrevista ao Estado de Minas e ao Portal Uai. A economista e professora aposentada da UFMG propõe, caso eleita, auditoria na dívida pública e a suspensão do pagamento à União até a regularização dos dividendos.
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Até agora, o estado tem funcionado para subsidiar e viabilizar o grande capital. Os recursos do estado devem viabilizar outro tipo de investimento para que dê conta da distribuição de renda e de melhores condições de vida para a sociedade. Estamos pensando, tanto no campo quanto na cidade, financiar a pequena e média propriedade que gere emprego e que não leve destruição ao meio ambiente como são com as mineradoras e o agronegócio.
Quais outras medidas econômicas você pretende implantar para tentar controlar a crise econômica do estado?
Outra medida é a discussão sobre a auditoria da dívida. Todos os estados têm dívida negociada nos anos 1990 com o governo federal, mas ninguém sabe a origem dessa dívida. Ela tem se amplificado de forma assustadora. Você paga e ela está cada vez maior.
Um dos aspectos mais danosos dessa dívida e da crise econômica é o pagamento do funcionalismo. Qual é o seu plano, caso eleita, para resolver esse problema?
Primeiro, vamos ver se existem recursos do estado e para onde estão indo. A primeira iniciativa será colocar em dia o pagamento dos professores. Não vai ser no primeiro mês. Seguramente, até o segundo mês, vamos ter condições de levantar as contas públicas e ver para onde estão indo recursos de arrecadação do estado e redirecionar para dar conta dos pagamentos.
Do funcionalismo todo?
Sim. Mas alguns setores do funcionalismo têm salários muito mais elevados.
Em debate no Colégio Batista, você convidou os alunos para participarem da Marcha da Maconha. Qual foi o contexto dessa fala e qual a sua posição sobre as drogas?
Estava explicando para eles o quão importante essa discussão será feita. Isso é tratado como tabu exatamente porque quem sofre esse tipo de repressão são jovens, pobres e negros da periferia.
As mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro e você é a única mulher entre os candidatos ao governo. Qual a dificuldade em convencer as eleitoras a votar na sua chapa?
Hoje tenho felicidade muito grande de ter me colocado minha história, minha visão, minha estrutura e fazer essa discussão disputando o governo. Se não tivesse essa ousadia, não teríamos nenhuma mulher nesse espaço.
Uma demanda que envolve grandes empresas e que seu plano de governo cita é auditoria nas empresas de ônibus. Você pretende tentar junto ao governo municipal fazer essa auditoria e reduzir as tarifas?
Nossa meta é tarifa zero. É perfeitamente possível não pagar tarifas. Não é só o cerceamento da juventude, mas a tarifa possibilita melhores condições para todos os trabalhadores. Estamos lutando para isso. Temos colocado que isso é um processo.
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