Relator da reforma trabalhista na Câmara, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) tem recebido doações de empresários por sua atuação pela aprovação do projeto que mudou a CLT. Marinho já arrecadou R$ 822 mil até agora, 75% doados por pessoas físicas, o que o coloca em segundo no ranking de deputados que mais receberam doações até agora.
Outro doador foi Flávio Rocha, presidente do Conselho de Administração da Riachuelo, que chegou a fazer uma pré-campanha para concorrer à Presidência, mas desistiu de se lançar candidato. "Rogério Marinho foi um gigante na questão absolutamente central para o País. A principal revelação parlamentar", disse.
Ele doou R$ 50 mil. O pai de Flávio, Nevaldo Rocha, dono da Riachuelo, doou R$ 100 mil. Para Marinho, é natural receber contribuição pela afinidade de propostas. "O estranho seria se as pessoas que eventualmente investissem na minha candidatura discordassem", disse.
Ele não é o único candidato que recebeu doações de empresários motivados pela atuação do parlamentar. O Estado identificou mais dois casos semelhantes - a dos deputados Tereza Cristina (DEM-MS) e Fernando Coelho Filho (DEM-PE). Candidata à reeleição, Tereza Cristina recebeu R$ 100 mil do executivo Marcos Marinho Lutz, diretor presidente da Cosan e membro do Conselho de Administração da Raízen, gigante de produção de açúcar e etanol no Brasil. Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara, ela liderou a defesa da nova Lei dos Agrotóxicos.
Questionada sobre o apoio do empresário, Tereza Cristina disse que a doação "da família Lutz possui vínculos com a família da parlamentar há três gerações por serem vizinhos de fazenda no Mato Grosso do Sul, independentemente de qualquer cargo ou companhia que representem".
Já o ex-ministro de Minas e Energia Coelho Filho, candidato à reeleição, teve doação de R$ 25 mil de Pedro Parente, ex-presidente da Petrobrás e atual presidente da BRF Foods, e também de donos de consultorias da área de energia e até de um servidor que atua numa empresa pública. Coelho Filho declarou que as doações que recebeu "seguiram os ditames previsto na lei eleitoral em vigor".
Já Pedro Parente afirmou à reportagem que fez a doação "porque considera Fernando Coelho Filho um excelente candidato, sério e com o qual tem afinidades ideológicas".