Jornal Estado de Minas

Seis meses depois, assassinato de Marielle Franco ainda não tem respostas

Em março, manifestantes realizaram ato em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) em homenagem a vereadora assassinada Marielle Franco - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADAO CONTEUDO

“Minha filha era uma política em ascensão no Brasil. Seis meses depois do assassinato dela, porque os assassinos ainda estão livres?”. Essa frase é o título de um artigo publicado na revista norte-americana Times nesta sexta-feira (14), quando se completam seis meses da execução da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. 

O texto é assinado por Marinete da Silva, advogada e mãe de Marielle. “Todos os dias eu me pergunto o que uma vereadora ativa e defensora dos direitos humanos pode ter feito para ter gerado tamanha violência. Ainda não tenho respostas”, desabafa. A morte da vereadora do Psol e do motorista que a acompanhava ainda não foi solucionada pela polícia. 

A vereadora Marielle Franco, assassinada em março deste ano - Foto: Instagram/ReproduçãoApesar disso, há indícios de que políticos do Rio de Janeiro e milicianos estejam envolvidos no crime, de acordo com o MPF e com a Polícia Civil. Nas redes sociais, há comoção pela morte de Marielle e a hashtag #MariellePresente figura entre os assuntos mais comentados do dia no Twitter. Todavia, o caso ficou marcado, também, pela relativização da violência sofrida por ela e pela divulgação de notícias falsas nas redes sociais a respeito da vereadora.
Caso mais simbólico foi o de que ela teria sido casada com “Marcinho VP”, traficante do Rio de Janeiro – coisa que foi provada falsa. 

“Precisamos saber quem matou a minha filha e quem ordenou o assassinato. Minha família não vai descansar enquanto não tivermos respostas sobre esse crime”, conclui a mãe de Marielle no artigo publicado na revista norte-americana. 

Mulher da vereadora, a arquiteta Mônica Benício vai participar do Conselho de Direitos Humanos da ONU na próxima quinta-feira (20). Ela denunciará, ao órgão, lentidão na investigação sobre a morte de Marielle e Anderson, no dia 14 de março deste ano. Mônica vai compor uma comitiva formada por integrantes das ONGs Anistia Internacional, Conectas, Justiça Global, Redes da Maré e Observatório da Intervenção.

O assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes é um dos três atentados a políticos brasileiros que repercutiram no mundo inteiro em 2018. Mais recentemente, Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado em ato de campanha em Juiz de Fora. Em março, a caravana de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de três tiros durante comício no Rio Grande do Sul. (Com informações de Estadão Conteúdo)
 
*Estagiário sob supervisão do editor Renato Scapolatempore 
 

.