O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou a defender a instituição de mandato duplo de inflação e taxa de desemprego para o Banco Central no País.
Na avaliação dele, a adoção do duplo mandato seria uma forma de o Brasil se alinhar às "melhores práticas mundiais", a exemplo do modelo adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e pelo Banco Central Europeu (BCE).
"Esta questão da meta de inflação da forma como é feita no Brasil é simplesmente jogada, canalhice deste baronato", afirmou em entrevista ao Jornal da Globo. Ele defendeu ainda que os países que adotam o mandato único de inflação têm alta estabilidade, o que não ocorre no Brasil por a economia ser "altamente" indexada.
Ao exaltar números de inflação durante a gestão dele no Ministério da Fazenda, Ciro reafirmou o compromisso de manter os preços sob controle em um eventual governo. "A inflação aceitável por mim é zero. Os preços centrais da economia vão ajudar quem trabalha e produz", afirmou.
Ainda sobre economia, Ciro se declarou como nacionalista "fervoroso" e que, por isso, é contrário ao acordo da Boeing com a Embraer. "Não tenho nada contra ela (Embraer) ser privada. Mas vou usar as minhas prerrogativas como presidente para proteger as empresas brasileiras.
Ciro, no entanto, disse não enxergar incoerência no discurso dele, que é de proteção às regras e aos contratos. "Esta revisão das reformas feitas pelo Temer não são quebra de contrato. O que aconteceu com a reforma trabalhista foi uma fraude no Senado. O Senado votou e o veto do presidente não ocorreu", afirmou.
O pedetista defendeu mais uma vez o modelo de capitalização como solução para o gargalo da Previdência no País. Ele voltou a repetir que o custo total para a migração de formato seria de R$ 500 bilhões..