A menos de três semanas para o primeiro turno das eleições, o candidato à Presidência Henrique Meirelles (MDB) está em uma corrida contra o tempo. Sem conseguir decolar nas pesquisas, o ex-presidente do Banco Central do governo Lula e ex-ministro da Fazenda do governo Temer acredita que com a propaganda eleitoral ele reverterá esses números e chegará ao segundo turno. “Tenho tempo de propaganda muito superior ao do Bolsonaro, ao do Ciro, ao da Marina e equivalente ao do Haddad. Tenho um potencial enorme”, afirmou Meirelles que, em campanha por Belo Horizonte, esteve ontem na sede do Estado de Minas.
O senhor está com 2% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope. Como esse número pode ser revertido e sua candidatura decolar?
A candidatura já está decolando, as pesquisas vão mostrar isso no devido tempo. O que acontecia antes é que eu não tinha nenhum nível de conhecimento entre os eleitores. Pesquisas que fizemos mostram que apenas 17% dos brasileiros conhecem o Ministério da Fazenda. Nunca fui candidato à Presidência, nunca fui conhecido da população.
O senhor não divide o país, mas ele está dividido. Acredita ter trabalhando tanto no governo Lula quanto no governo Temer pode ter atrapalhado o eleitor a entender sua candidatura?
O eleitor entende perfeitamente a minha mensagem, que é clara, direta. Entende que esse ódio entre os brasileiros é que está levando a essa situação ruim, difícil. Se pegarmos os extremos, eles, de fato, estão liderando, mas com um percentual baixo.
Há um temor de que os candidatos cheguem ao segundo turno com pouca representatividade, já que a campanha está muito diluída.
Candidato extremista não tem grande representatividade. O próprio Lula, naquela época (2002), fez um movimento que hoje não cola mais, que foi o de se mover para o centro. O PT não consegue dar mais essa cartada, muito menos o Bolsonaro.
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O senhor já deu sua contribuição para o país com cargos executivos em governos de perfis bem diferentes. Se por acaso houver um segundo turno onde os extremos cheguem, o senhor estaria disposto a dar sua contribuição para um desses candidatos em um cargo como ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central?
Acredito que terei a oportunidade de selecionar o ministério depois da eleição, não tomando essa decisão. As pesquisas mostram que meu potencial de crescimento é muito grande.
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