Em carta divulgada nas redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu uma união de candidatos à Presidência contra aqueles que apostam em "soluções extremas". Para o tucano, a convergência deveria se dar em torno de quem apresentar mais chance de ganhar a eleição.
Após publicar o documento, FHC apontou para o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). "Enviei carta aos eleitores pedindo sensatez e aliança dos candidatos não radicais. Quem veste o figurino é o Alckmin, só que não se convida para um encontro dizendo 'só com este eu falo'", escreveu FHC em sua conta no Twitter.
No documento, apresentado como uma "carta aos eleitores e eleitoras", Fernando Henrique Cardoso classificou as candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) como "polos da radicalização atual" que dificilmente teriam condições de tirar o País da crise.
"A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado. O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos", escreveu o ex-presidente.
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FHC demora um mês para manifestar apoio a Alckmin e erra nome do candidatoFHC: sociedade vive momento paradoxal, onde até quem é preso continua popularDefendendo uma convergência de candidatos contra extremos, e sem citar o nome de Alckmin, FHC pregou a escolha de uma liderança "serena" e honesta que tenha experiência e capacidade para pacificar e governar o País.
"Sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar."
Para o ex-presidente, os candidatos devem se comprometer com uma reforma da Previdência que elimine privilégios e assegure o ajuste fiscal estabelecendo uma idade mínima para aposentadoria. O tucano disse que, se não houver uma reversão do quadro fiscal, o Brasil mergulhará em uma crise econômica ainda pior.
"Ou os homens públicos em geral e os candidatos em particular dizem a verdade e mostram a insensatez das promessas enganadoras ou, ganhe quem ganhar, o pião continuará a girar sem sair do lugar, sobre um terreno que está afundando", afirmou o ex-presidente, ao defender a proposta.
Aos 87 anos, FHC disse que, durante sua vida, esta eleição é um dos "poucos momentos" tão decisivos para o Brasil..