O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, se comparou hoje ao primeiro ministro britânico Winston Churchill, ao comentar o episódio de ontem no interior de São Paulo, quando se desentendeu com um eleitor de seu concorrente, deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). O ex-governador do Ceará disse ainda que o rival tem uma "SS", organização paramilitar de Adolf Hitler.
Em caminhada no Aglomerado da Serra, Zona Sul de Belo Horizonte, Ciro, além de Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de voto, criticou também o segundo colocado nas sondagens, Fernando Haddad (PT).
"Com todas as qualidades e virtudes de uma pessoa boa que Haddad é, não inteirou dois anos ainda, ele acabou de perder a reeleição em São Paulo, com o meu apoio e do Lula. Isso não diz nada contra a dignidade dele, mas diz muita coisa. Se uma pessoa que é prefeita não tem sequer 17% dos votos para sua reeleição, significa que não foi bem avaliado por sua população. E é a esse tipo de risco que vamos expor o Brasil?", questionou.
Ao comentar ter chamado ontem, 21, no interior de São Paulo, o candidato Jair Bolsonaro de nazista, Ciro disse que, se achasse que isso o prejudicaria na campanha, não teria dito. "O grande estadista do século 20, Winston Churchill, pagou o que estou pagando hoje, quando denunciou precocemente Hitler, nas preliminares do nazismo, que causou uma convulsão na Humanidade e matou 70 milhões de seres humanos, pelo estigma do preconceito racial, do preconceito contra gays, mulheres, tudo isso que está na retórica e prática do Bolsonaro e do seu grupo de SS nazistóides".
Segundo Ciro, "o pior de todos" é o general Mourão, "e o Paulo Guedes (economista do grupo de Bolsonaro)" tá dando instrumentalização econômica para esse fascismo, quando propõe sistema de imposto que cobra mais de pobres que de ricos". "Tudo isso precisa ser denunciado, não importa o custo. É preciso enfrentar como Churchill fez. Foi chamado de Bocão, destemperado. Tudo que hoje estou sendo chamado", disse o candidato.
Ciro fez caminhada na manhã deste sábado, 22, no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte ao lado do prefeito Alexandre Kalil. É a primeira vez que os dois fazem campanha juntos nas ruas da capital. Kalil anunciou apoio ao ex-governador do Ceará no último dia 5, mesmo com seu partido participando da coligação de um dos concorrentes do pedetista, Henrique Meirelles (MDB), na briga pelo Palácio do Planalto.
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