Terceiro colocado nas últimas pesquisas de intenção de votos para a disputa pelo Palácio do Planalto, o candidato do PDT, Ciro Gomes, voltou as atenções para críticas aos adversários diretos nestas eleições: Jair Bolsonaro (PSL), a quem chamou de nazista, e Fernando Haddad (PT), cuja campanha apresentou um crescimento nos últimos dias e aparece isolada na segunda colocação.
Leia Mais
Em BH, Ciro comenta crime entre jovens: 'Fuzil pode ser o pau grande que ele não tem'Após criticar cultura do ódio, Ciro Gomes xinga Bolsonaro em Goiânia 'É mais fácil boi voar de costas', diz Ciro sobre apelo de FHCFHC é um dos responsáveis pela situação que nós vivemos, diz Ciro Gomes'Não sou favorito, mas a eleição está aberta', diz Ciro em Duque de Caxias (RJ)Bolsonaro tem melhora clínica progressiva, diz boletim médicoEmbora tenha admitido que ele e o petista são “amigos de longa data”, separados por questões políticas, ressaltou que Haddad não conseguiu se reeleger prefeito de São Paulo nas eleições de 2016.
“Com todas as virtudes, o Haddad não inteirou dois anos que perdeu as eleições em São Paulo. Diz muita coisa sobre um prefeito que não consegue 17% dos votos, significa que ele não foi um prefeito bem avaliado pela sua população. É a esse tipo de risco que vamos expor o Brasil?”, comentou o presidenciável, que neste sábado fez campanha no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, e concedeu entrevista à Rádio Autêntica Favela.
Haddad foi derrotado no primeiro turno das eleições por João Doria (PSDB), por um placar de 53,29% a 16,7% dos votos válidos.
Ciro Gomes ainda colocou em dúvida os números divulgados pelos institutos de pesquisa.
“Em um país que até deputados se compra ou se vende, não podemos deixar de suspeitar que institutos possam vender a conta de milhões os resultados dessas pesquisas”, afirmou o presidenciável ao ser questionado sobre estratégias para ultrapassar os adversários.
Ao lado do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), Ciro afirmou que nas eleições de 2016 o Instituto Datafolha apontava uma vitória de João Leite (PSDB) no segundo turno, no entanto, o resultado foi outro.
“O Kalil mostrou que vale a pena a gente votar em que tem a melhor proposta e não deixar que institutos de pesquisas manipulem a nossa liberdade de escolha. Nós não podemos transferir nossa decisão cívica para institutos de pesquisas”, comentou.
De fato, em 12 de outubro de 2016 o Datafolha divulgou uma pesquisa que apontava vitória do deputado estadual João Leite por 55% a 45%. No entanto, na véspera da eleição, no dia 26, o mesmo instituto mostrou o placar de 52% a 48%. O resultado das urnas foi 52,98% a 47,02% dos votos válidos.
'Mão na cabeça'
Em uma clara crítica a Bolsonaro, Ciro disse que o eleitor deve “botar a mão na cabeça” para não jogar o Brasil na “radicalização extremista militarista, que fomenta preconceito e gera violência”.
“É preciso que a gente responda a isso com um caminho novo, com um novo projeto de nacional desenvolvimento que dê centralidade a reindustrialização de onde virá o desemprego”, disse. Para ele, votar em Bolsonaro será deixar o país cair nas mãos do “nazismo, do facismo, da violência e da segregação”.
“Tudo o que está no discurso, na retórica e na prática do Bolsonaro e do seu grupo de SS nazistóides (organização paramilitar de Adolf Hitler), entre eles, o pior de todos é o Mourão. E o Paulo Guedes dá a instrumentalização econômica para esse facismo, quando propõe um sistema de imposto que cobra mais dos pobres e menos dos ricos. Então é preciso denunciar, pouco importa o custo disso. É preciso enfrentar como o Churchill fez e foi chamado de destemperado, tudo o que sou chamado hoje, mas ele é reconhecido como o maior estadista do século vinte”.
A declaração foi feita ao comentar episódio de sexta-feira, no interior de São Paulo, em que bateu boca com um eleitor de Bolsonaro.