O que os mineiros podem esperar dos presidenciáveis? O Estado de Minas procurou os 13 candidatos ao Palácio do Planalto para saber quais são suas promessas para o segundo colégio eleitoral do país. Com 15,7 milhões de eleitores, Minas sempre teve participação decisiva na política brasileira, inclusive com vários presidentes no comando do país ao longo dos quase 130 anos da República. Hoje, o estado atravessa grave crise econômica, com atraso no salário dos servidores e falta de repasses a prefeituras. Diante desse quadro, a reportagem questionou de que forma os candidatos vão ajudar o estado a retomar sua força e lidar com problemas históricos, como a ampliação do metrô de Belo Horizonte e a duplicação da BR-381, no seu trecho conhecido como Rodovia da Morte, gargalos que se arrastam há décadas.
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ÁLVARO DIAS
Se eleito presidente, o candidato Álvaro Dias diz que pretende reabrir as discussões sobre a crise fiscal com os estados, mas responsabiliza Minas Gerais pela falta de repasses. “A União só retém créditos dos estados quando eles estão inadimplentes por algum motivo contratual. São contratos que regem as relações entre União e estados. O governo de Minas é que precisa se colocar em dia com as contas”, afirma.
FERNANDO HADDAD (PT)
Se eleito, o ex-prefeito de São Paulo promete diálogo de “alto nível” com os governadores para encaminhar todas as questões federativas.
MARINA SILVA (Rede)
Marina Silva (Rede) promete promover o crescimento de Minas Gerais a partir da retomada da economia brasileira. Segundo ela, se eleita, vai tratar os governos sem viés partidário, com o intuito de melhorar a distribuição de recursos. “Vamos trabalhar com o governo de Minas para enfrentar o problema da segurança pública. Vamos ter creches, unidades de saúde.
HENRIQUE MEIRELLES (MDB)
Ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles afirma que o problema da dívida de Minas é consequência da gestão do governador Fernando Pimentel (PT). “Os problemas que nós estamos tendo é exatamente o resultado de uma má administração do governo do PT em Minas”, diz.
GUILHERME BOULOS (Psol)
O candidato di z que o ponto do programa de governo que se relaciona com mais força a Minas são as propostas para mineração. “A tragédia do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, marcou a urgência de revisão e mudanças das políticas atuais”, diz. O intuito é revisar a legislação para que proteja o meio ambiente, os direitos das populações atingidas e dos trabalhadores e que dê aos estados e à União, bem como às agências reguladoras, efetivo poder de fiscalização e controle. Embora não especifque ações relativas ao metrô e à BR-381, Boulos trata a mobilidade como prioridade. Com o programa Levanta Brasil, quer retomar obras de infra-estrutura estratégicas e gerar 6 milhões de empregos, com recursos de reforma tributária que faça os mais ricos pagarem impostos. “Artérias de transporte de pessoas e de cargas importantes para o crescimento sustentável do país, como é o caso da 381, estão entre nossas prioridades”, cita. O programa analisará a viabilidade das obras paradas.
GERALDO ALCKMIN (PSDB)
O candidato diz que pretende promover o “desenvolvimento sustentado do estado”, menos dependente dos ciclos de commodities, com mais diversificação econômica, tecnologia e inovação. Para a Grande BH, ele se compromete com o metrô, prevendo a redefinição de papéis da CBTU. “Há perspectiva de expansão rumo ao Centro da cidade, na estação Novo Eldorado, e, posteriormente, para as proximidades da vizinha Betim. Para isso, porém, precisamos redefinir o papel da CBTU, encarregada da expansão. Como ela opera hoje é inviável”, informa. Alckmin também quer tirar o Rodoanel do papel. Para as regiões do Vale do Aço e Vale do Rio Doce, a promessa é da duplicação da BR-381. Para o Triângulo Mineiro, o gasoduto é a prioridade. No Centro-Oeste, a duplicação da BR-262. Na Zona da Mata, o foco é numa política de atração de investimentos e, no Sul de Minas, na duplicação da BR-459 e na exportação de café. No Norte de Minas, a revitalização do Rio São Francisco será prioridade e, no Jequitinhonha, e o Mucuri, uma política especial de desenvolvimento regional. O tucano promete também negociar a dívida do estado e buscar a recuperação fiscal. “Desde que o PT assumiu o governo de Minas, em 2015, o PIB do estado nunca mais cresceu”, critica. Alckmin cita ainda a duplicação da BR-381. “O Orçamento Geral da União destacou R$ 229 milhões para a obra, por isso já existe aporte público para viabilizá-la”, reforça. As obras do metrô e demais rodovias serão feitas via concessões e parcerias público-privadas.
JOÃO AMOÊDO (Novo)
O candidato pretende, se eleito, fazer reformas tributária e previdenciária para buscar o equilíbrio das contas públicas; “Minas Gerais tem o pior índice de produtividade do Sudeste, abaixo da média brasileira. Isso compromete o combate à pobreza e a geração de renda. Precisamos de um salto de produtividade através das reformas tributária e previdenciária”, diz a assessoria da campanha do candidato. Quanto ao metrô, a avaliação é de que este tipo de transporte funciona melhor sob gestão privada contratada pelo setor público. “É importante segurança jurídica e boa estruturação de projetos para atrair investimentos e garantir que os contratos incluam obras já previstas de construção e modernização”, afirma. “É inadmissível a morosidade nas obras de melhoria da BR-381. Reformas em nossas rodovias dependem de um ambiente institucional e financeiro que favoreça melhores projetos e garanta segurança para contratos e investimentos. Portanto, queremos aprovar medidas que capacitem a estruturação de projetos, desburocratizem processos de licenciamento, permitam a utilização de arbitragem para solução eficaz de conflitos e permitam o desenho de contratos sustentáveis e com seguros de desempenho”, diz a campanha sobre a malha rodoviária.
JOÃO GOULART FILHO (PPL)
O candidato informa desconhecer detalhes sobre a dívida com a União, mas adianta que seu programa de governo prevê a recuperação da capacidade de investimentos por meio da redução dos gastos. “Isso ocorrerá com a redução das taxas básicas de juros para patamares internacionais. Aumentaremos nossa capacidade de investimentos com a revisão da política de desonerações levada a cabo nos últimos anos e promovendo uma reforma tributária mais progressiva e mais justa”, diz. Em relação à mobilidade, a proposta é uma reforma urbana que contemple o transporte público, incluindo o adensamento das linhas de metrô (subterrâneo e de superfície) nos principais centros urbanos. “Decidimos criar uma empresa estatal nacional, a Metrobrás, para se responsabilizar por essa tarefa, na medida em que o problema do transporte urbano transformou-se num problema nacional. BH estará dentro de nossas prioridades”, explica o candidato..