Com um discurso recheado de críticas ao PT, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse na noite desta segunda-feira, 24, que ou a esquerda faz uma autocrítica ou o Brasil será governado "pela pior direita". Em palestra no Clube de Engenharia, no Rio, o pedetista frisou o apoio que deu aos governos de Lula e Dilma e reclamou dos ataques que vem sofrendo do PT na campanha, motivados, segundo ele, "por um micro projeto de poder".
"Recebi mil convites para deixar a política, mas me sinto entusiasmado e gravemente responsável por salvar o Brasil dessa dança macabra, à beira do abismo, para a qual estamos sendo, como nação, convidados", declarou.
Segundo ele, o PT surfou a onda da economia mundial antes da crise de 2010, mas errou na condução da economia e da política. A condução econômica no governo petista, afirmou, "desmoralizou" a esquerda no país. "A concentração bancária aconteceu fortemente nas mãos da esquerda no poder. Temos uma nação em que todo mundo que produz e todo mundo que trabalha está sendo espoliado pelos bancos", disse.
Para o candidato, PT e PSDB atuaram de forma muito parecida na política e na economia. Ele reclamou que votou nos ex-presidentes Lula e Dilma em todas as eleições e que apoiou a ex-presidente no impeachment e, agora, vê o candidato do PT abraçado com Eunício Oliveira (MDB-CE) no Ceará. "É muito duro. Tenho 60 processos do Eunício nas costas", completou, depois de lembrar que seu irmão, Cid Gomes, perdeu o cargo de ministro da Educação no governo Dilma após brigar com Eduardo Cunha para defender a presidente. "Para defender a Dilma, meu irmão confrontou com o Eduardo Cunha e o PT ficou do lado do Cunha", disse.
Agora à noite, Ciro se reúne com intelectuais e artistas no Teatro Vanuchi, na Zona Sul do Rio.
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