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Estado de Minas

Em MG, fundo eleitoral é liberado para maioria que tenta reeleição

Os 43 deputados federais que tentam a reeleição receberam até agora mais de 50% dos recursos partidários destinados à campanha. Os outros 889 candidatos, sem mandato, dividiram o restante


postado em 26/09/2018 06:00 / atualizado em 26/09/2018 07:10


A duas semanas das eleições, os partidos políticos destinaram até agora R$ 46,2 milhões – 52,4% – dos R$ 88 milhões, provenientes do fundo eleitoral, para a reeleição dos 43 deputados federais da bancada mineira, média de R$ 1,074 milhão por parlamentar. O restante foi distribuído aos outros 889 candidatos, ainda privilegiando veteranos da política mineira que exerciam outros cargos e tentam agora retornar à Câmara dos Deputados.

Embora menos aquinhoados pelas legendas com o recurso público do que os deputados federais, também deputados estaduais que concorrem a novo mandato saíram em vantagem na briga por uma fatia do fundo destinado ao custeio das campanhas: dos R$ 21,5 milhões repassados por partidos para essas campanhas até agora, R$ 7,9 milhões – 36,7% do total – foram para 48 dos 63 deputados estaduais que disputam a reeleição. O restante foi destinado aos outros 1.328 candidatos, com especial ênfase para políticos velhos de guerra – ex-prefeitos e ex-deputados federais que querem retornar à Assembleia.

Até agora partidos políticos utilizaram para as campanhas eleitorais em Minas – de governador, senador, deputado federal e deputado estadual – R$ 125,9 milhões. Focados na eleição de bancadas na Câmara dos Deputados – pois delas dependem para continuar a receber recursos públicos nos próximos quatro anos –, 70% desse volume abasteceram as campanhas de deputado federal, R$ 7,7 milhões (6,2%) foram empregados nas campanhas para governador; R$ 6,7 milhões (5,5%) para o Senado Federal e R$ 21,5 milhões para deputado estadual (17,1%).

Entre todas as legendas, o MDB de Minas é aquela que mais destinou, até agora, recursos do fundo eleitoral para os candidatos a deputado federal: R$ 10,5 milhões. Mas esse montante foi integral e fraternalmente partilhado entre os cinco deputados federais que concorrem à reeleição – Saraiva Felipe, Leonardo Quintão, Newton Cardoso, Fábio Ramalho e Mauro Lopes – e dois suplentes – Ademir Camilo e Silas Brasileiro, que chegaram a exercer parcialmente mandato nesta legislatura: R$ 1,5 milhão para cada. Também candidato a deputado federal, o vice-governador e ex-presidente do MDB de Minas, Antônio Andrade, teve a sua paga pela derrota interna: até agora declarou receitas de campanha da ordem de R$ 402,5 mil, originárias de recursos próprios (R$ 400 mil) e de seu filho, Eduardo Andrade (R$ 2,5 mil).

O PR destinou R$ 10,42 milhões aos candidatos a deputado federal, dos quais, R$ 6,5 milhões aos quatro deputados federais que concorrem a novo mandato – Aelton Freitas, Tenente Lúcio, Lincoln Portela e Delegado Edson Moreira. Já o PT repassou R$ 6,2 milhões – 64% – dos R$ 9,7 milhões do fundo eleitoral aos seus sete deputados federais candidatos à reeleição, destinando aos outros 20 candidatos a diferença, entre os quais estrelas em votos como o deputado estadual Paulo Guedes, que agora tenta a Câmara dos Deputados, a quem foi destinado R$ 394 mil.

Da mesma forma, o PP, ao repassar R$ 9,5 milhões aos candidatos a deputado federal, privilegiou a reeleição de Dimas Fabiano – entre todos os candidatos de Minas, até agora quem mais recebeu do fundo eleitoral, R$ 2,5 milhões – e Renato Andrade, com R$ 1,7 milhão, deixando o restante aos sete candidatos a deputado federal da legenda. O PSDB partilhou R$ 4,9 milhões – 61% – dos R$ 7,9 milhões destinados aos candidatos a deputado federal, deixando a diferença aos outros 15 nomes que tentam uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Foram ainda quinhões reservados à disputa para a Câmara dos Deputados: o PSD, R$ 4,7 milhões; o PRB, R$ 4,3 milhões; o PSB, R$ 3,6 milhões; o DC, R$ 3,2 milhões; e o Pros, R$ 2,9 milhões.

Os que ficam sem repasse já começam a reclamar. Caso do candidato a deputado federal Ronaldo Bombrasil (Podemos). Ele, que se apresenta como “consultor político”, criou uma campanha para denunciar a desigualdade das verbas dispostas para os concorrentes. Ele afirma que não tem recursos do partido “nem para fazer santinhos, nem para ir para a rua” enquanto outros candidatos da mesma legenda têm grandes repasses.

Ronaldo produziu um panfleto digital para divulgar as informações e, inclusive, nele protesta contra o próprio Podemos. “Os partidos estão mais preocupados com a própria sobrevivência do que com o povo”, afirma. Ronaldo ainda diz que encaminhou as informações para diversos candidatos por todo o Brasil e que a indignação e a falta de recursos é nacional. “Não querem renovação”, argumenta.

* Sob a supervisão de Renato Scapolatempore


Números de campanha

R$ 124,9 milhões
Total de recursos do fundo eleitoral distribuídos por partidos políticos para todas as campanhas em Minas (governador, senador e deputados)

R$ 88 milhões
Fundo eleitoral para candidatos a deputado federal em Minas

R$ 46 milhões
Recursos do fundo eleitoral distribuídos aos 43 deputados federais que concorrem à reeleição

932
Total de candidatos a deputado federal em Minas

Fatia do fundo eleitoral


Confira o valor que cada deputado federal recebeu para fazer campanha


DIMAS FABIANO (PP)    R$ 2.241.369
TENENTE LÚCIO (PR)    R$ 1.800.000
RENATO ANDRADE (PP)    R$ 1.726.284
LINCOLN PORTELA (PR)    R$ 1.630.000
AELTON FREITAS (PR)    R$ 1.601.560
ADEMIR CAMILO (MDB)    R$ 1.500.000
FABIO RAMALHO (MDB)    R$ 1.500.000
LEONARDO QUINTÃO (MDB)    R$ 1.500.000
MAURO LOPES (MDB)    R$ 1.500.000
NEWTON CARDOSO JR (MDB)    R$ 1.500.000
SARAIVA FELIPE (MDB)    R$ 1.500.000
SILAS (MDB)    R$ 1.500.000
DELEGADO EDSON MOREIRA (PR)    R$ 1.490.000
JULIO DELGADO (PSB)    R$ 1.300.000
MARCELO ARO (PHS)    R$ 1.090.255,75
CARLOS MELLES (DEM)    R$ 1.082.200
WELITON PRADO (PROS)    R$ 1.079.300
DIEGO ANDRADE (PSD)    R$ 1.057.000
MISAEL VARELLA (PSD)    R$ 1.050.000
ZÉ SILVA (SD)    R$ 1.050.000
MARGARIDA SALOMÃO (PT)    R$ 1.000.000
RODRIGO DE CASTRO (PSDB)    R$ 995.000
DÂMINA PEREIRA (Pode)    R$ 961.416,66
MARCUS PESTANA (PSDB)    R$ 950.500
DOMINGOS SÁVIO (PSDB)    R$ 950.000
PADRE JOÃO (PT)    R$ 930.000
REGINALDO LOPES (PT)    R$ 930.000
GEORGE HILTON (PSC)    R$ 925.000
PATRUS ANANIAS (PT)    R$ 900.000
ODAIR CUNHA (PT)    R$ 900.000
CAIO NARCIO(PSDB)    R$ 900.000
EROS BIONDINI (PROS)    R$ 869.141,48
BILAC PINTO (DEM)    R$ 840.000
LUIS TIBE (Avante)    R$ 799.640,32
LEONARDO MONTEIRO (PT)    R$ 787.038,31
ADELMO LEÃO (PT)    R$ 729.581,96
LAUDIVIO CARVALHO (Pode)    R$ 700.000
PAULO ABI ACKEL (PSDB)    R$ 560.000
DR. MÁRIO HERINGER (PDT)    R$ 500.000
EDUARDO BARBOSA (PSDB)    R$ 500.000
SUBTENENTE GONZAGA (PDT)    R$ 500.000
STEFANO AGUIAR (PSD)    R$ 350.000
MARCELO ALVARO ANTONIO (PSL)    R$ 3.200
TOTAL    R$ 46.178.487,48

 


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