Jair Bolsonaro (PSL) cresce entre os antipetistas, enquanto Fernando Haddad (PT) avança entre os simpatizantes de seu partido. A cada pesquisa da série Ibope/Estado/TV Globo, esses dois polos aparecem mais coesos em torno dos dois candidatos, reduzindo os espaços para a ascensão de uma eventual terceira via.
O candidato do PSL tem 59% das intenções de voto entre os antipetistas - a taxa era de 41% no dia 5 (véspera do atentado) e de 53% no dia 11. No mesmo período, a ascensão de Haddad entre os simpatizantes do PT foi ainda mais acentuada. Nesse segmento, que concentra 27% do eleitorado, ele tinha apenas 17% e 23% das intenções de voto, respectivamente, nas pesquisas do dia 5 e do dia 11, antes de ser oficializado candidato.
No primeiro levantamento do Ibope com Haddad como candidato, divulgado no dia 18, ele chegou a 50% entre os petistas. A linha de crescimento se manteve até a segunda-feira, quando ele avançou para 57% entre os simpatizantes de sua legenda.
A consolidação de Bolsonaro entre os antipetistas reduziu o espaço para a concorrência nesse grupo. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro subia 18 pontos em cerca de três semanas, a soma das taxas dos adversários caía 11 pontos. A principal consequência desse movimento é o PSDB, que por mais de 25 anos polarizou a política nacional com o PT, perder na atual campanha o papel de protagonista no eleitorado avesso ao partido de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os antipetistas, o tucano Geraldo Alckmin tem apenas 10% dos votos, o equivalente a um sexto da taxa de Bolsonaro.
O instituto também perguntou qual é o partido da preferência dos entrevistados. O PT também fica em primeiro, com 27%. Na segunda colocação, com 5%, estão PSDB e PSL, que ganhou visibilidade com a ascensão de Bolsonaro.