O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente da República na chapa liderada pelo deputado Jair Bolsonaro (PSL), negou que esteja pregando o fim do 13º salário e que "arrumaram uma arapuca" para ele, "mais uma vez, ao distorcerem" as suas palavras.
Leia Mais
Bolsonaro envia mensagem de apoio a candidato de Alckmin na BahiaNão há uma pessoa imaginária que salvará o País, diz TemerIbope: Dilma lidera para o Senado, com 26%; Viana e Dinis têm 15% e Pacheco, 14%'Vou ficar em silêncio obsequioso', diz vice de BolsonaroGeneral Mourão se tornou um vice incômodo para Bolsonaro, saiba por quê'Pergunta se ele abre mão do 13º dele primeiro', diz Haddad sobre MourãoSTF discutirá indulto de Natal, imunidade e criminalização da homofobiaPara ele, os assuntos que tinham de estar em voga nesta quinta-feira, 27, deveriam ser a saída de Anthony Garotinho da campanha ao governo do Rio, barrado pela Justiça, e o candidato do PT, Fernando Haddad, denunciado por corrupção pelo Ministério Público, ter nomeado tesoureiro de campanha acusado de caixa 2 pela Polícia Federal.
Por conta das seguidas polêmicas, com "interpretações distorcidas" de suas falas, Mourão afirmou que pretende se impor silêncio. "Vou ficar igual ao frei Leonardo Boff. Vou ficar em silêncio obsequioso. É uma boa linha de ação", comentou ele que, no fim de semana pretende visitar Bolsonaro.
Mourão informou que, antes de Bolsonaro divulgar o tuíte, lhe mandou a íntegra da mensagem informando o seu teor. "E eu achei que estava muito bem colocado e disse a ele: siga em frente". O general ressaltou que não se sentiu desautorizado.
"Obviamente eu não disse que sou contra o 13º obviamente porque eu não posso ser contra algo que eu recebo, até porque isso é uma cláusula pétrea da Constituição, que não pode ser mexida. O problema é que, dentro deste contexto que estamos vivendo, a pessoa pega e distorce. Estou aguardando a onda passar."
Questionado se achava que, com estas polêmicas causou problemas para a campanha de Bolsonaro, Mourão respondeu: "Não resta dúvida de que se levantou uma polêmica de algo que não era pra ser polêmico porque obviamente a pessoa que lançou isso, fez de má-fé porque não defendi fim de nada porque, repito, 13º é cláusula pétrea da Constituição". Para ele, "os ataques fazem parte desta histeria coletiva que toma conta nestas vésperas da eleição".
O general Mourão afirmou que a sua agenda de compromissos foi totalmente encerrada nesta quinta-feira e que ninguém mandou ele cancelar nada, "até porque não tem mais nada para cancelar". Segundo ele, quando Bolsonaro sair do hospital, irão conversar sobre a última semana de campanha. Ele acredita que o candidato do PSL poderá até ganhar as eleições em primeiro turno.
Mourão, que é general de Exército da reserva, rechaçou críticas de que poderia haver mal-estar nas Forças Armadas porque Bolsonaro, um capitão, teria desautorizado um general no Twitter, patente superior a dele. Mourão lembrou que Jair Bolsonaro "é o candidato", "ele é o político", justificando que a questão é de campanha.
Em seguida, informou: "Bolsonaro é deputado e, por isso mesmo, ele é mais antigo do que eu desde 1990, quando foi eleito. Ele me precede em qualquer cerimônia por ser deputado, conforme manual da Presidência da República. Não existe essa questão hierarquia neste caso. Ele foi capitão e desde 1990 é deputado quando passou a me preceder em qualquer solenidade e nada mudou, assim continua".
O candidato a vice acentuou que "existe uma deslealdade muito grande, que não se discutem as ideias, mas única e exclusivamente se procura distorcer o que está sendo falado". Na opinião do general, "existe uma campanha de nível muito baixo contra Bolsonaro"..