Reportagem divulgada pela edição desta semana da Revista Veja revela detalhes do processo de mais de 500 páginas envolvendo o candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e sua ex-mulher, Ana Cristina Siqueira Valle.
O documento traz uma série de incriminações que vão além da vida privada do casal: ocultação de patrimônio, recebimentos ilegais e furto a um cofre.
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'Vou ficar em silêncio obsequioso', diz vice de BolsonaroGeneral Mourão se tornou um vice incômodo para Bolsonaro, saiba por quêBolsonaro envia mensagem de apoio a candidato de Alckmin na BahiaApoiadores de Bolsonaro reagem à capa de Veja com críticas e humorMadonna entra em campanha contra BolsonaroNaquele ano, o político declarou ter um terreno, uma sala comercial, três carros e duas aplicações financeiras, um total de R$ 433.934,00. No entanto, a ex-mulher informou que o patrimônio chegaria, em valores atuais, a mais de R$ 7 milhões, somado a ele três casas, um apartamento, uma sala comercial e cinco lotes.
De acordo com Ana Cristina, embora oficialmente o parlamentar tivesse um salário de R$ 26,7 mil mensais da Câmara e R$ 8,6 mil como militar da reserva, a renda total dele chegava a R$ 100 mil – R$ 183 mil em valores atualizados. Ela não identificou, no entanto, qual era a fonte dos recursos.
A ex-mulher de Bolsonaro ainda o acusou de ter furtado um cofre dela no Banco do Brasil, no Centro do Rio, em 2007, joias avaliadas em R$ 600 mil, US$ 30 mil em espécie e mais de R$ 200 mil em dinheiro – R$ 1,6 milhão em valores de hoje, incompatível com a renda dele na ocasião.
No inquérito policial, um dos gerentes do BB, Alberto Carraz, confirmou a existência dos cofres de Bolsonaro e da ex-mulher na agência, mas que não sabia o que era guardado lá. O cofre nunca foi declarado pelo parlamentar.
“Quando Bolsonaro soube que a ex-mulher tinha feito um registro de ocorrência na delegacia, ele me disse que iria resolver a questão. Depois, eu soube por ele que estava tudo resolvido e que ela tinha retirado a queixa”, disse Carraz à revista Veja.
Ana Cristina foi chamada a depor em duas ocasiões, mas não compareceu. No ano passado a polícia encerrou o caso sem esclarecê-lo. Em entrevista a Veja, Ana Cristina negou as acusações que constam no processo. "Quando você está magoado, fala coisas que não deveria".
A separação do casal aconteceu em 2008.