O movimento Mulheres contra Bolsonaro, que por meio da hashtag #EleNão reuniu milhões de apoiadores nas redes sociais do Brasil e do mundo, inclusive a rainha do Pop Madonna, vai, hoje, 29, às ruas protestar contra a candidatura do capitão da reserva Jair Bolsonaro, que concorre à Presidência da República pelo PSL neste pleito e lidera as recentes pesquisas de intenção de voto.
O movimento planeja protestos em cerca de 100 cidades do Brasil, além de vários países como Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Austrália, Canadá e Inglaterra, entre outros.
Nas redes sociais já circulam vídeos com manifestações, como em Mossoró (RN), Juiz de Fora (MG), Londrina (PR), além de Lisboa, Paris e Genebra.
Uma das administradoras do grupo que ganhou força nas redes sociais contra Bolsonaro, a baiana Ludimilla Teixeira, disse que o momento é de união agora para não chorar depois.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na edição deste sábado, a baiana conta que nunca participou ativamente do movimento feminista nem se filiou a nenhum partido. Envolveu-se no movimento estudantil durante a faculdade de Publicidade e participou do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em 2002. Aos 20 anos, foi a primeira vez que saiu da Bahia, lembra, e que teve contato com "discussões políticas fundamentadas".
A ideia de criar o grupo nasceu de uma conversa com uma amiga numa noite em que se questionavam sobre o que fazer para alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, que considera "fascistas e machistas".
Depois que o grupo começou a crescer, representantes de candidatos a procuraram, mas, segundo ela, não houve conversa porque "os partidos não queriam dialogar com o grupo e, sim, meu apoio individual". "Agradecemos a menção e o apoio de todas as frentes, mas nossa proposta é suprapartidária."
Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) usaram a hashtag em suas propagandas eleitorais e políticos de vários partidos se programaram para participar dos protestos deste sábado.