A troca de acusações entre os dois candidatos que polarizam a disputa ao governo de Minas e a nacionalização da campanha marcaram o penúltimo debate entre os principais postulantes ao Palácio da Liberdade, realizado neste sábado (29) pela TV Record. O encontro entre o governador Fernando Pimentel (PT) e o senador Antonio Anastasia (PSDB) reproduziu o clima acirrado da reta final da disputa. Os dois passaram a maior parte do programa tentando culpar o adversário pelos problemas do estado e pregar no outro a pecha de mentiroso.
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Candidatos ao governo de Minas trocam acusações no último debate antes das eleiçõesPimentel diz que Anastasia está do lado do 'coiso' e que espera virada na eleiçãoVeja armas de campanha dos candidatos ao governo de MGPimentel faz campanha em aglomerados de Belo HorizontePimentel diz que proibição de Lula dar entrevista é 'preocupante'Anastasia diz que ainda acredita em Alckmin: 'Sou taurino'Pimentel aproveitou o debate para dizer que o adversário tucano mente ao falar dos problemas do estado e lançou um site com o que chamou de “as mentiras de Anastasia”. Já Anastasia disse que Pimentel acha que governa São Paulo, quando fala da situação de Minas. Os dois também falaram sobre os candidatos a presidente de seus respectivos partidos, Geraldo Alckmin, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT.
Cobranças
Em um dos embates, Anastasia disse que acha impressionante “como Pimentel tem coragem de se candidatar, quando "arruinou as finanças de Minas". O tucano disse que o governador aumentou as despesas do estado, não pagou servidores em dia e também quis privatizar a Codemig, que detém a exploração do nióbio, que chamou de "a jóia da coroa" de Minas Gerais. Disse ainda que a obra que Pimentel vai deixar será uma dívida com os municípios e o não pagamento dos salários de servidores.
Anastasia foi questionado por Dirlene Marques sobre o possível apoio ao candidato do PSL a presidente Jair Bolsonaro, no segundo turno. Ela citou o fato de o vice dele, Marcos Montes (PSD) ter afirmado que é preciso dar a mão ao presidenciável. Questionado diretamente se apoiaria Bolsonaro, Anastasia não quis e posicionar. Disse que seu candidato é Geraldo Alckmin e que ele irá ao segundo turno.
O candidato tucano emendou dizendo que Pimentel pensa que governa o estado que Alckmin governou, porque “lá os professores recebem em dia, não há calote nas prefeituras e os serviços funcionam regularmente”. “Ele acha que governa São Paulo, mas não, governa Minas”, disse. Ainda sobre os as finanças, o candidato tucano disse que o governo petista começou a “fraquejar” em 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) governava o país. O senador tucano também questionou o governador do estado por “se apropriar” de recursos dos empréstimos consignados ao funcionalismo.
Mentiras
Pimentel também não poupou munição. Disse que Anastasia deixou 511 obras paradas, além dos hospitais regionais, e nacionalizou as críticas, ao cobrá-lo pelo apoio ao presidente Michel Temer (MDB) e dizer que ele foi um dos responsáveis pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que chamou de golpe. O petista perguntou se Anastasia se arrependida da postura.
Pimentel disse ainda que, quando governou, Anastasia deixou mulheres sem licença maternidade e proibiu professores de merendar com os alunos nas escolas. O governador disse que a situação do estado é crítica por causa do “boicote” do governo Temer, apoiado pelos tucanos, e por ter herdado uma gestão que foi por 12 anos do PSDB.
O governador também afirmou que o governo do PSDB em Minas “não tinha projeto nenhum” por falta de dinheiro e foi baseado em propagandas. “Os programas eram um monte de nome bonito sem conteúdo nenhum, não tinha nada”, disse. Pimentel afirmou que os projetos que atuam no estado, como bolsa-família, financiamento estudantil e Umeis vieram do PT.
Pedalada
Pimentel também respondeu sobre a suposta pedalada fiscal que foi acusado de dar, pelo Ministério Público de Contas. Segundo ele, a antecipação de R$ 900 milhões de ICMS da Cemig é legal porque os recursos são do ano corrente. “E o recurso é necessário porque estamos vivendo um problema gravíssimo causado pelo governo Temer. Temos dificuldades, especialmente, por causa das dívidas herdadas”, disse.
Pimentel também alfinetou Anastasia ao rebater a declaração de Mares Guia, de que encerraria os problemas do estado como mágica, se Haddad fosse eleito. “Mágica é quem fala que cortando no osso ou tutano, que seja, vai resolver”, disse, em relação a fala de Anastasia sobre o corte de despesas do estado.
Ventríloquo
Adalclever e Mares Guia trocaram farpas ao falar sobre o processo de impeachment contra Pimentel. O candidato da Rede disse que o presidente da Assembleia fazia o papel de "ventríloquo" do Palácio da Liberdade e depois abriu processo contra o petista como uma forma de chantagem, e quando não havia motivo. Segundo ele, o Legislativo deveria ter afastado o petista por causa das acusações na Operação Acrônimo, para que o governador tivesse "chance de se explicar".
Mares Guia também acusou Pimentel de não enfrentar a crise e fazer 'populismo' por quatro anos.
Adalclever afirmou que Mares Guia tentava posar de 'vestal da moralidade' e sabe tudo. Também afirmou que a Assembleia nunca se furtou ao seu papel. “Eu não sambei ideologicamente para a esquerda e para a direita, tenho personalidade”, rebateu.
"Ele não"
A candidata do PSOL Dirlene Marques foi vestida com uma camisa do protesto "Ele não", contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), e chamou as eleitoras a participarem nas ruas de BH.
Em meio às brigas, Claudiney Dulim cobrou propostas. "Nós aqui o tempo todo discutindo problemas, o que precisamos agora apresentar antelativas", disse. .