Um dos passageiros que estava no voo que levou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) de São Paulo ao Rio de Janeiro, na tarde deste sábado, 29, gritou "viva coronel Ustra", em referência ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), ex-chefe do DOI-Codi (órgão de repressão política) de São Paulo durante a ditadura, declarado oficialmente pela Justiça como responsável por torturas.
O voo que foi marcado por tumulto, vaias e aplausos. Duas pessoas se retiraram: uma por achar que o avião não teria segurança, citando a morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos durante a campanha eleitoral de 2014, e outra por não gostar do candidato.
O voo registrou um atraso de cerca de 20 minutos na decolagem por causa da presença de Bolsonaro. Segundo passageiros, o candidato foi o último a entrar no avião da companhia Gol e o primeiro a sair. Carros com agentes da Polícia Federal esperavam o candidato ainda no pista de desembarque do aeroporto.
Antes de Bolsonaro embarcar, passageiros se exaltaram ao saber que o presidenciável estaria no voo. Alguns vibraram, outros gritaram "ele não", em referência aos protestos contra o presidenciável que acontecem neste sábado. Alguns pediram calma, outros reclamaram da demora do avião a decolar.
Bolsonaro ficou na primeira cadeira, poltrona 1A, cercado de policiais federais que fazem a sua escolta. Os agentes também se espalharam pelo avião e bloqueavam quem passava perto da fileira de Bolsonaro. Os policiais também acompanhavam os passageiros que queriam ir ao banheiro até a porta. Devido ao ambiente tenso, funcionários da empresa aérea pediam calma a todo momento. Bolsonaro chegou a se virar uma vez e acenou para outros passageiros.
Equipes de alguns veículos de comunicação embarcaram no mesmo avião, mas outras ouviram da Gol que o voo não teria fila de espera por causa da presença de Bolsonaro. O candidato não quis dar entrevistas. Segundo o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, Bolsonaro estava um pouco "ofegante". O único filho que acompanhou a comitiva foi o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL).
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