Os candidatos do Partido Novo ao governo de Minas, Romeu Zema, e à presidência da República, João Amoêdo, afirmaram nesta segunda-feira (1), em Belo Horizonte, que vão pregar o voto contra o PT no segundo turno das eleições, caso se confirme o atual cenário de disputa entre o petista Fernando Haddad e o candidato do PSL Jair Bolsonaro.
Em campanha na Praça Sete, os dois não quiseram antecipar se vão oferecer apoio formal ao adversário do petista, alegando que ainda esperam estar na segunda etapa do pleito.
Em Minas Gerais, Zema tem cerca de 9% de intenções de voto e pode ser o responsável por levar a disputa para o dia 28 de outubro. Já Amoêdo está oscilando entre o quarto lugar e outras posições inferiores, nacionalmente.
Amoêdo disse que só no dia 8 de outubro (dia seguinte ao primeiro turno da eleição) decidirá em quem votar, caso não passe para a próxima etapa, mas adiantou que não vota no PT de jeito nenhum. “Nunca votei no PT e não pretendo votar em nenhum momento. Não votava no PT antes do mensalão e do petrolão e não vai ser agora que vou votar. O partido é uma instituição e vamos decidir depois”, afirmou. Perguntado especificamente sobre Bolsonaro, o empresário disse que “não necessariamente” votará nele.
O candidato do Novo disse considerar “estranha” a declaração do candidato do PSL, de que não aceitaria o resultado das eleições, caso não vencesse. Para Amoêdo, deve ter sido uma “força de expressão” dita “sem pensar”, já que Bolsonaro sempre participou das disputas. “Não faz sentido alguém se candidatar e dizer que não aceitaria o resultado.”
Em Minas, contra a esquerda
Em Minas Gerais, Zema também adiantou que o governador Fernando Pimentel (PT) não terá seu apoio, em um eventual segundo turno. Assim como Amoêdo, porém, não quis empenhar apoio ao candidato do PSDB, Antonio Anastasia.
“De antemão, não pactuamos com as ideias de esquerda. Talvez não iremos apoiar ninguém, mas vamos deixar claro que a esquerda é o pior”, afirmou.
Zema comemorou o resultado conseguido até o momento na primeira eleição que disputa – ele está em terceiro lugar nas pesquisas – e afirmou ainda acreditar na possibilidade de disputar o segundo turno.
O empresário mineiro criticou os dois lados que polarizam a eleição. Segundo ele, Anastasia e Pimentel foram responsáveis pela crise financeira em Minas “um jogou gasolina e o outro riscou o fósforo”.
Campanha com fogos de artifício
Os candidatos do Zema fizeram caminhada na Praça Sete, onde cumprimentaram eleitores, e seguiram para o Mercado Central. Durante a passagem dos dois pelo Centro de BH, militantes soltaram fogos de artifício. Zema e Amoêdo afirmaram que, se eleitos, adotarão uma política de não intervenção do estado na economia.
Para Minas melhorar, Zema defendeu a adesão do estado à renegociação da dívida com a União. Mas para isso, segundo o empresário mineiro, o estado tem que apresentar um plano de privatizações e corte de mordomias.
Amoêdo comemorou a participação de Zema no debate da Globo nesta terça-feira. Segundo ele, será a primeira vez que um candidato da legenda participa de um programa destes na eleição.