Jornal Estado de Minas

Toffoli diz que prefere chamar golpe militar de 1964 de 'movimento'


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tóffoli, disse que nesta segunda-feira que, devido às características ocorridas na época, ele classifica a ação dos militares em 1964 como “movimento”.

Segundo ele, integrantes da direita e da esquerda tiveram responsabilidade em ao se retirar “por conveniência” e deixar que os militares ficassem no poder.

“Os militares foram um instrumento de intervenção, e se algum erro cometeram, foi que resolveram ficar (no governo)… Por isso que hoje, depois de aprender com o atual ministro da Justiça, Torquato Jardim, eu não me refiro mais nem a golpe nem a revolução de 64, eu me refiro a movimento de 1964, movimento de 1964”, afirmou em palestra na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Ele citou o historiar Daniel Aarão Reis como inspirador do seu argumento.

Tóffoli ainda afirmou que a democracia é uma opção mais difícil para as sociedades e que o Brasil está sofrendo da mesma tendência mundial de põe o sistema político em cheque.

“Eu gosto sempre também de lembrar o seguinte: que a democracia é uma opção de uma sociedade que tem muita coragem, por que é um processo difícil, não é um processo mais fácil, seria muito mais fácil ter uma pessoa que vai lá e decide tudo por todos”, disse.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou nesta segunda-feira, 1º, que os resultados das eleições devem ser respeitados, independentemente de quem sejam os eleitos.

"A função do STF é deixar a soberania popular falar", disse o ministro durante debate na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) sobre os 30 anos da Constituição Federal.

A declaração do ministro foi dada dias depois de o candidato do PSL a presidente, Jair Bolsonaro, ter dito que não vai aceitar um resultado diferente da sua vitória, em entrevista ao apresentador de TV José Luiz Datena, da Band. No domingo, 30, em entrevista a "O Globo", Bolsonaro afirmou que em caso de derrota "não terá nada para fazer".

Toffoli quis deixar claro também que não vai pautar "causas polêmicas" no plenário do Supremo durante o período eleitoral. "Este é o momento para o povo refletir, para o povo votar", defendeu. .