O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, quebrou o sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal.
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A quebra do sigilo ocorre sete dias antes das eleições.
"Havendo ademais ação penal em andamento, a publicidade se impõe pelo menos no que se refere a depoimento que diz respeito ao presente caso (artigo 7.º, §3º, da Lei nº 12.850/2013.)", completou o magistrado.
Moro assinalou que "caberá aos Juízos perante os quais ele (Palocci) responde a ações penais decidir acerca da concessão ou não a ele de benefícios, o que terá que ser feito, por exemplo, na presente ação penal".
Segundo Palocci, houve uma reunião no Palácio do Planalto com a presença de Lula em que teria sido combinado o pagamento de R$ 40 milhões em propina para a campanha de Dilma Rousseff em 2010.
Palocci afirma que o projeto de nacionalização do pré-sal também tinha relação com interesses de empreiteiras.
Em outro trecho, de acordo com o depoimento registrado na delação, Palocci afirma que existiam dois grupos nos primeiros anos do PT, sendo que um deles pretendia usar reformas como moeda de troca para os grandes partidos. Palocci afirma em seguida que ambos os grupos atuaram no esquema de corrupção criado para distribuir cargos nas estatais.
"Que o colaborador cita a existência de dois grupos, um formado entre ele, Miro Teixeira, Luiz Gushiken e Jose Genoíno, entre outros, que pretendia seguir um caminho programático e outro grupo formado entre José Dirceu e Marco Aurélio Garcia, às vezes também com Dilma Rousseff, que pretendia seguir um caminho pragmático; que segundo o colaborador, o caminho programático se basearia essencialmente na aprovação da reformas constitucionais estruturais, como a reforma da previdência, tributária, do Judiciário, que eram demandadas naquele momento e eram de interesse de grandes partidos", destaca um trecho do documento. (Com agências).