Jornal Estado de Minas

Atitude de Moro tenta causar efeitos políticos e eleitorais, afirma defesa de Lula


A defesa do ex-presidente Lula classificou a atitude do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), de liberar parte da delação do ex-ministro Antônio Palocci envolvendo o petista, como “política” e com “nítido objetivo de tentar causar efeitos” eleitorais na campanha. A quebra do sigilo ocorre sete dias antes das eleições.

“Moro juntou ao processo, por iniciativa própria (“de ofício”), depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal”, afirmou a defesa em nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins.

Ainda segundo os advogados, a hipótese levantada pela acusação foi “destruída pelas provas cosntsituídas nos autos, inclusive por laudos periciais”.

A quebra de sigilo ocorreu nesta segunda-feira. O acordo foi firmado com a Polícia Federal, no fim de abril. Anteriormente, Palocci tinha tentado fechar um acordo com o Ministério Público Federal (MPF), mas sem sucesso.

Os trechos apontam indicações para cargos na Petrobras no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No despacho, o juiz relata que não firma que não vê risco de dar publicidade ao conteúdo.

Ainda segundo Zanin, Palocci “mentiu mais uma vez” com o objetivo de conseguir vantagens nas negociações com a Justiça.

“Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena - 2/3 com a possibilidade de “perdão judicial” - e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias.”, conclui a nota.

Segundo Palocci, houve uma reunião no Palácio do Planalto com a presença de Lula em que teria sido combinado o pagamento de R$ 40 milhões em propina para a campanha de Dilma Rousseff em 2010.

Palocci afirma que o projeto de nacionalização do pré-sal também tinha relação com interesses de empreiteiras. .