O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Adélio Bispo de Oliveira nesta terça-feira, 2, pelo atentado a faca contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ocorrido no mês passado. O MPF seguiu o entendimento da investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e enquadrou o agressor no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional pela prática de "atentado pessoal por inconformismo político"
Bolsonaro foi golpeado no dia 6 de setembro quando fazia campanha no centro de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele foi operado na cidade mineira e depois transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou por uma segunda intervenção cirúrgica. Bolsonaro recebeu alta no último final de semana e está em recuperação na sua residência, no Rio de Janeiro.
"Adelio Bispo Oliveira agiu, portanto, por inconformismo político. Irresignado com a atuação parlamentar do deputado federal, convertida em plataforma de campanha, insubordinou-se ao ordenamento jurídico, mediante ato que reconhece ser extremo", afirmou o procurador Marcelo Borges de Mattos Medina.
Para o MPF, o agressor quis com a facada excluir Bolsonaro da disputa eleitoral de modo a "determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência."
Na acusação, que pode resultar em uma condenação de até 20 anos para Bispo, o MPF afirma que o agressor planejou o ataque a Bolsonaro desde o dia em que soube pelos jornais que ele estaria em Juiz de Fora.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, antes de ir para a cidade mineira, Bispo esteve em Florianópolis (SC) onde realizou um curso de tiro em um clube em que um dos filhos de Bolsonaro frequentava.
A PF esteve no local, tomou o depoimento das pessoas que lá trabalham e soube que na aula final do curso Bispo chegou a disparar 70 tiros.
O MPF também cita em sua denúncia as informações encontradas pela PF no celular de Bispo e que mostram a premeditação para a execução do atentado. No arquivo do aparelho, foram encontradas fotos do outdoor com a data da visita de Bolsonaro a Juiz de Fora e dos locais por onde ele passaria.
"A tentativa de eliminação física do favorito na disputa pelo primeiro turno, em esforço para suprimir a sua participação no pleito e determinar o resultado das eleições mediante ato de violência - e não, como dito, mediante o voto -, expôs a grave e iminente perigo de lesão o regime democrático", diz a denúncia..