Anunciado tardiamente como candidato ao Senado na chapa do PT e com poucos segundos de propaganda na TV, Miguel Corrêa, no seu terceiro mandato como deputado federal, centra fogo na campanha na internet. Logo depois de conceder esta entrevista ao Estado de Minas, gravaria 812 vídeos para enviar a apoiadores pelas redes sociais.
O candidato, que se apresenta como o representante das pequenas empresas e da geração de emprego, disse que ganhou todas as ações na Justiça e que confia nas chances de conquistar uma das duas vagas ao Senado. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e o Ministério Público Federal (MPF) informaram que as ações correm em segredo.
Em abril, o senhor havia anunciado que sairia da vida pública e se dedicaria às suas empresas. Por que mudou de posição?
Decidi não ser candidato lá atrás, entendendo que o que tinha de mais especial na vida pública tinha perdido valor. Estou na política por idealismo, única e exclusivamente. As pessoas estavam sendo afastadas pela imprensa covarde.
Em que pode contribuir como senador?
Acredito que com o Senado tenho muito a contribuir, sobretudo nesse tema da nova economia e de geração de empregos com ideias simples. Quando você investe R$ 1 milhão em uma pequena empresa, ela devolve para a economia R$ 2,5 milhões em um ano. Um dos problemas graves do Brasil é o desemprego e esse público gera hoje 55 milhões em empregos no Brasil. Não há política efetiva para os pequenos. Os financiamentos e recursos tão abundantes para os grandes empresários também precisam ter foco nas pessoas que não têm condição, fazer com que as pessoas se tornem empresárias, as mulheres se tornem empreendedoras.
Aqui no seu escritório tem um quadro com a foto de diversos políticos, entre eles o Tiririca. Do que se trata?
Aqui funciona uma construtora de empresas, de startups.
(O nome do deputado e o da empresa Follow estiveram envolvidos com a compra de influenciadores digitais que pagavam por elogios a candidatos do PT...)
Inventaram uma mentira, a Globo, que é muitíssimo correta (em tom de ironia). Porque a Globo tem um aplicativo que se chama Cartola, em que explora os clubes, mas dá prêmio para a torcida.
O senhor considera que vai conseguir atrair o segundo voto dos eleitores de Dilma?
São dois votos. Não existe isso de segundo voto. Ela tem uma trajetória respeitada, querida, já foi presidente da República, tem solidez, tem 98% de conhecimento no estado, eu tenho 12%. Tenho a minha trajetória sendo construída, já estou na luta por isso há 16 anos, sem inquérito, lista, delação, sem processo, com a minha vida com transparência na atividade privada, na minha empresa. Levo a atividade pública como o ideal.
O senhor tem dito que é o candidato do Lula, mas o ex-presidente não deu nenhuma demonstração de apoio.
O Fernando Haddad é o candidato do Lula. O Haddad estava aqui quinta-feira falando que quem era o candidato dele ao Senado? Eu e a Dilma. São dois votos. Não precisa dar um voto para mim na frente da Dilma, não precisa disso. A população tem direito a dois votos. Faço campanha que votem na Dilma e em mim. Ninguém do partido tem dúvida de que os candidatos do Lula somos eu e a Dilma.
Seu nome acabou sendo anunciado depois da data de registro das candidaturas. Por que foi a última opção do seu partido?
Não queria fazer disputa contra o meu partido. Se houvesse composição contra o MDB. Era importante pra chapa do Haddad. Se houvese composição com (Marcio) Lacerda. Escrevi isso no Instagram. “Marcio, seja bem-vindo”. E para com esse chororô porque ele é um artista de fazer isso. Fez comigo, com o (Paulo) Brant, com o Délio (Malheiros). Agora vão reclamar que fizeram com ele? É o feiticeiro reclamando que fizeram feitiço contra ele. E, se ele entrasse, abriria mão, claro. Mas quando a disputa fica só para o meu partido, aí sim eu apresento meu nome.
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