Em sua primeira participação em debate de TV entre os candidatos ao governo de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) encerrou sua participação pedindo votos para João Amoêdo, candidato à presidência pela sigla, e para Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de voto.
"Aqueles que querem mudança, com certeza, podem votar aí nos candidatos diferentes, que são o Amoêdo e o Bolsonaro", disse o empresário em suas considerações finais do debate promovido pela TV Globo – o último antes do primeiro turno.
Depois do debate, Zema explicou sua declaração. "Não (fiz campanha para Bolsonaro). O que quis dizer ali é o seguinte: que quem quer renovação aqui em Minas tem a opção de votar no Amoêdo ou no Bolsonaro. E que votem em mim. Os eleitores do Bolsonaro têm, geralmente, uma proximidade muito grande com as nossas propostas", disse. "Os eleitores do Bolsonaro, como não têm um candidato a governador em Minas, têm, vamos dizer, se ligado muito à minha candidatura. Isso é o que nós temos percebido"
O candidato do Novo ainda falou da posição do partido no segundo turno: "No segundo turno, o partido Novo ainda vai tomar uma decisão, mas que já fique claro que ele não vai apoiar partido de esquerda"
Por meio de seu Twitter oficial, o Novo se manifestou ao Estado de Minas sobre a posição de Romeu Zema
Consideramos pedido de voto a outro candidato, como fez @RomeuZema30, infidelidade partidária, conforme previsto em nosso Estatuto. Trabalhamos dia e noite para que @joaoamoedonovo chegue ao 2º turno e continue nos dando orgulho ao representar o que realmente significa ser NOVO.
— NOVO 30 (@partidonovo30) 3 de outubro de 2018
Ao longo do debate, Zema centrou suas críticas ao inchaço da máquina pública. "Eu não acredito em salvadores. Acredito, sim, em mudanças. Precisamos mudar essa cultura do meio político, como um vereador em Belo Horizonte ter 21 assessores. Em Uberada, 16. Uberlândia, 15. Se você concorda que isso é necessário, é uma ofensa ao povo mineiro", disse.
Zema também criticou Fernando Pimentel (PT): "O capitão tem que ser o último a deixar o navio. Só vou receber meu salário, quando todo mundo estiver com salário em dia. Assim tenho certeza que a direção do estado seria mais responsável com gestão, pois quem paga é a coitada da professora", disse. "Nunca fui político, mas conheço toda Minas Gerais, porque tenho 430 lojas e dou emprego para cinco mil pessoas. Estou aqui por indignação, porque esse estado virou um carrapato que ficou maior que a vaca."
DULIM X ZEMA
Zema também foi alvo de críticas. As principais vieram do candidato do Avante, Claudiney Dulim. "Collor acabou de chegar a Minas Gerais: o novo caçador de marajás", ironizou. "O senhor vive em uma realidade principesca, deitado sobre sua fortuna e, aos 53 anos, decidiu ser o último bastião da moralidade", completa. Em outro momento, Dulim voltou a trocar com o candidato do Novo. "Esse projeto de vocês, de Novo, de novo só tem o nome. A gente não consegue entender."
Foi a primeira participação de Zema, nos debates. No Ibope divulgado nesta terça-feira, ele aparece na terceira colocação, com 10%. Antonio Anastasia (PSDB) lidera com 31%, seguido por Fernando Pimentel, com 21%