Às vésperas do primeiro turno da eleição, o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci à Polícia Federal, relatando o elo dos governos Lula e Dilma com corrupção na Petrobras, virou arma de adversários do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad.
O tucano Geraldo Alckmin afirmou que a delação terá impacto sobre o pleito. "Vamos aguardar a Justiça. O que o brasileiro quer é uma Justiça e uma polícia independentes", disse ele.
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PT entra com reclamação no CNJ contra Moro após divulgação da delação de PalocciJustiça do DF vai ouvir Palocci em processo contra Lula sobre compra de MP'Houve desonestidade em toda a estrutura do PT', afirma PalocciHaddad declara 'guerra' contra Fake News no WhatsAppDepoimentos do ex-ministro de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso da Lava-Jato, foram divulgados depois que o juiz Sérgio Moro levantou parte do sigilo do processo.
A propaganda do candidato do PSDB mostrou reportagens, enquanto um locutor dizia: "Escândalo. Comprovado o que o Brasil tinha certeza. Lula sabia de tudo sobre a corrupção na Petrobrás. Se o PT voltar, a corrupção vai continuar".
O comercial também atacou Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas de intenção de voto, e o comparou ao candidato do PT, sob o argumento de que ambos querem criar uma nova Constituição. De acordo com o Ibope, Alckmin permanece em quarto lugar na disputa, com 8%, atrás de Bolsonaro - que cresceu quatro pontos e chegou a 31% -, de Haddad, com 21%, e de Ciro Gomes (PDT), que passou de 12% para 11%.
Questionado se considera que a delação de Palocci pode ajudá-lo a chegar ao segundo turno, Ciro disse não conseguir ficar "alegre" com isso.
Vice na chapa de Alckmin, a senadora Ana Amélia (PP) acusou o PT de não respeitar a Lava Jato, em debate promovido nesta terça pelo jornal Folha de S.Paulo, UOL e SBT. A estocada ocorreu após Manuela d'Ávila (PCdoB), que faz dobradinha com Haddad, criticar o fato de Moro levantar o sigilo da delação de Palocci a poucos dias da eleição..