O grupo de cidadãos mineiros que pretende anular ou votar em branco neste domingo para as eleições de governador caiu nesta campanha pela metade, de 32% para 16%, segundo indica a mais recente pesquisa eleitoral da série histórica realizada pelo Ibope e Datafolha a partir de 24 de agosto. Contudo, afetado pela espetacularização de denúncias e investigações, ainda persiste junto a esse grupo de eleitores desalentados um sentimento de negação à política que é maior do que aquele verificado neste mesmo momento da campanha das eleições gerais de 2014: eleitores que pretendiam anular ou votar em branco somavam entre 9% e 10%. Em decorrência disso, a tendência é que, neste domingo, o aproveitamento de votos válidos seja menor do que o das últimas eleições. Naquela disputa ao governo de Minas, os votos válidos somaram 83% do comparecimento. A abstenção em Minas foi de 20,02%.
No Brasil a tradicional polarização entre petistas e tucanos foi substituída pelo embate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) – um confronto que cristaliza a posição de petistas versus antipetistas – que traz também considerável dispersão de votos principalmente entre os candidatos Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Mas diferentemente do cenário nacional, em Minas petistas e tucanos mantêm nesta disputa a polarização verificada ao longo das últimas quatro sucessões estaduais. E quando comparado o desempenho dos dois partidos entre 2014 e 2018, as duas legendas apresentam posições invertidas em relação aos índices de intenção de voto a esta altura da campanha.
Entre 25 e 26 de setembro de 2014, o atual governador Fernando Pimentel (PT) tinha, segundo pesquisa do Datafolha, 36% das intenções de voto contra 25% de Pimenta da Veiga (PSDB). Os demais candidatos somavam 8% das preferências, o que apontava para a tendência de vitória em primeiro turno, que se confirmou. Exatamente quatro anos depois, a pesquisa do Ibope realizada entre 29 de setembro e 1º de outubro indica Antonio Anastasia (PSDB) com 33% das preferências contra 22% de Fernando Pimentel. A diferença entre as duas eleições é que nesta sucessão de 2018 tucanos e petistas ainda polarizam o debate, mas houve maior dispersão de votos entre os demais candidatos, que juntos alcançam 20% das intenções de voto, duas vezes e meia a mais do que nas eleições de 2014. Se mantida essa tendência indicada pelo Ibope, deve haver segundo turno em Minas Gerais.