Uma mulher de 64 anos registrou queixa na Central de Flagrantes 3 (Ceflan do Barreiro), em Belo Horizonte, por afirmar que não conseguiu votar em Jair Bolsonaro para presidente. Durante a votação, na seção 80 da 36ª Zona Eleitoral, na rua José Gonçalves, 550, a eleitora disse não ter entendido porque não apareceu a foto do candidato quando digitou o número dele. E mesmo assim foi confirmado o voto para presidente. Ela acionou os funcionários do Tribunal Regional Eleitora (TRE) e a ocorrência será encaminhada também à Polícia Federal (PF).
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É boato notícia sobre processamento dos votos antes da tecla confirma, diz Justiça Eleitoral TSE apura imagens e vídeos de eleitores com armas em cima de urnasVídeo que mostra urna completando número de candidato é falso, diz TRE de MinasClima de tristeza e perplexidade toma conta de comitê central do PT em BHMinas Gerais é o estado com maior número de substituições de urnas eletrônicasRosa Weber evita se posicionar sobre eventual anulação das eleições por fake newsPrefeito é detido por boca de urna e, liberado, volta em sessão ameaçando mesáriosJá Mônica Pereira, de Montes Claros, relatou problema parecido. “Quando digitei o número do candidato a presidente apareceu um sinal de carregamento na tela, mas finalizou sem confirmar meu voto. Questionei, mas não obtive nenhuma resposta por parte dos mesários”, afirmou ela, em mensagem a amigos por aplicativo de celular.
ESCOLA SERRA Alguns eleitores das seções 73 e 307 da 35ª zona eleitoral, na Escola da Serra, também relatam que estão tendo problemas com a urna eletrônica durante a votação. A professora Eneida Brazil afirma que seu voto começou normal, mas no momento de escolher o presidente, após digitar o número do candidato, antes de apertar a tecla "confirma", o voto foi finalizado.
ESCOLA SERRA Alguns eleitores das seções 73 e 307 da 35ª zona eleitoral, na Escola da Serra, também relatam que estão tendo problemas com a urna eletrônica durante a votação. A professora Eneida Brazil afirma que seu voto começou normal, mas no momento de escolher o presidente, após digitar o número do candidato, antes de apertar a tecla "confirma", o voto foi finalizado.
A advogada Fabiana Lena votou na mesma seção de número 307 e disse que não teve problema, porém seu marido, sim. O advogado e músico Dudu Nicácio relata que o voto seguia normal, mas na tela para escolher presidente, sentiu falta da inscrição "confirma", sendo que a informação aparecia para os demais cargos.
"Tentei até corrigir e digitar o número de outros candidatos, e deu certo, as fotos e os nomes apareceram na tela. No final digitei o meu candidato e confirmei, a tela informou que estava gravando o voto, escreveu 'fim' e deu aquele barulhinho. Ainda assim eu não tenho certeza se o voto foi computado. Como estava com meu filho novinho, que já estava irritado, não fiz o Boletim de Ocorrência, mas preenchi uma ata na própria seção", conta.
Com receio de ter problemas com a urna da seção 73, a terapeuta Lilian Cambraia Soares votou na presença de uma promotora eleitoral. “Não tive problema durante a votação, mas votar desse jeito, na presença de uma pessoa e coma porta fechada me deixou muito insegura. Será qie isso está certo?”, questionou a eleitora.
A promotora Patrícia Estrela de Oliveira Vasconcelos, da 35ª zona eleitoral, chegou ao local por volta das 11h, quando os primeiros problemas começaram a ser relatados. Ela informou que em cada uma das duas seções foram feitos cerca de 15 testes. “Como o voto é sigiloso, fiquei em frente à urna e, caso o eleitor tivesse algum problema, seria pedido a substituição da urna”, explicou Patricia.
Segundo a promotora, nenhum problema foi identificado. “Em todos os casos, o candidato que apareceu na tela era aquele que o eleitor queria votar. Não aparecia outro candidato. Inclusive a opção de corrigir o voto estava disponível. Uma possível explicação para isso é que as urnas hoje são tão rápidas, que o voto é computado no exato momento que o eleitor confirma o voto.”, explicou Patrícia, atribuindo que essa desconfiança por parte dos eleitores teve como origem os boato que circulam nas redes sociais que afirmar que as urnas não são seguras.
“Esta eleição está tão acirrada, que as pessoas estão com medo que seu candidato não ganhe. Ainda mais depois que um dos candidatos levantou suspeita a respeito das urnas”, disse a promotora. De acordo com Patrícia, todas as reclamações foram registradas em ata e os eleitores também podem fazer um Boletim de Ocorrência.
ESCLARECIMENTO A Justiça Eleitoral emitiu nota garantindo que os votos estão sendo computados normalmente. “São utilizados diferentes modelos de urnas eletrônicas nas seções eleitorais em Minas Gerais, e a velocidade de processamento e posterior encerramento dos votos, após o eleitor apertar a tecla confirma, é diferente de acordo com o modelo da urna eletrônica. A urna mais atual – modelo 2015 – processa os votos mais rapidamente que a urna mais antiga – por exemplo, modelo 2008. Para comprovar, foram feitas filmagens na auditoria de votação paralela em duas urnas, uma modelo 2015 e outra modelo 2008, para que o eleitor entenda como se dá o encerramento da votação e tenha a segurança de que todos os seus votos são devidamente registrados pela urna eletrônica”, diz o texto.
“A Justiça Eleitoral esclarece que um vídeo que circula na internet no qual a urna, supostamente, “auto completa” o voto para presidente também é falso. Os vídeos não mostram o teclado da urna, onde uma pessoa digita o restante do voto. Não existe a possibilidade de a urna auto completar o voto do eleitor, e isso pode ser comprovado pela auditoria de votação paralela”, finaliza.
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