Mesmo que o candidato à Presidência da República do PSL, Jair Bolsonaro, não consiga se eleger no segundo turno, a força das legendas conservadoras foi confirmada na votação de ontem para a Câmara dos Deputados e o Senado. O partido do capitão reformado do Exército conquistou um espaço que nunca teve no Congresso Nacional. As siglas do Centrão, por sua vez, perderam força: PP, PR, PSD, PRB, DEM e PTB enxugaram as bancadas. Já entre os outros parlamentares eleitos, houve certa renovação. Senadores antigos da Casa ficaram de fora e deram espaço a políticos tradicionais, que não eram eleitos havia anos nas urnas e conquistaram agora uma cadeira.
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Bolsonaro defende Guedes e diz que foi ato falho dele falar em recriação da CPMFQuais os próximos passos de Haddad e Bolsonaro para o segundo turno?Rejeição é o grande desafio de Bolsonaro e Haddad Haddad visita Lula, e Bolsonaro o chama de 'pau mandado de preso'O PSD e o PRB conquistaram, ambos, 36 lugares na Casa, enquanto o PSDB elegeu 35 nomes e perdeu 14. O DEM, sigla do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), conquistou também 35 cadeiras — oito a menos que a atual bancada. O PR perdeu sete em relação ao que tem agora, e conseguiu eleger 33. O PSB, que tinha 26 parlamentares, ganhou cinco, e terá 31 nomes na Casa a partir do ano que vem. O PDT, antes com 19, passou para 26. O PSol, por sua vez, elegeu 9 nomes — três a mais.
A Rede, da ex-ministra Marina Silva, só conseguiu eleger uma candidata para a Casa e não ultrapassou a cláusula de barreira.
Senado
No Senado, o PSL, que não tinha nenhum senador, agora contará com uma bancada formada por quatro pessoas. Os partidos que mais cresceram, porém, foram o MDB, a Rede e o PP. Os 54 senadores eleitos vão compor a Casa com os 27 escolhidos em 2014. O MDB conquistou sete lugares; a Rede e o PP, cinco; e DEM, PSD, PT e PSDB, quatro. O PTC é o único partido que já tinha senador eleito.
A cúpula de caciques da Casa não conseguiu garantir mais quatro anos de mandato. Entre eles estão o atual presidente, Eunício Oliveira (MDB), que ficou em terceiro lugar no Ceará, e o vice-presidente, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), na quarta posição na Paraíba. Cristóvam Buarque (PPS-DF), Roberto Requião (MDB-PR), Magno Malta (PR-ES) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES) também foram derrotados. Além deles, perderam a cadeira o senador Edison Lobão (MDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e Garibaldi Alves (MDB-RN), ex-ministro do Turismo.
O senador e ex-líder do governo Temer Romero Jucá (MDB-RR), que estava no Senado há 24 anos, não conseguiu se reeleger pelo estado. Os dois que conseguiram as vagas foram Chico Rodrigues (DEM), com 22,76% dos votos válidos, e Mecias de Jesus (PRB), com 17,43%. Jucá terminou em terceiro lugar, com 17,34%. A diferença entre ele e Mecias foi de apenas 426 votos.
Os parlamentares que constituíam a base de oposição ao governo do emedebista, como Roberto Requião (MDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ), também ficaram de fora da próxima legislatura. Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Senado que rompeu com Temer e anunciou apoio ao PT e ao ex-presidente Lula, garantiu um lugar na bancada do Senado com a segunda vaga do estado. A Rede, que tinha apenas um parlamentar, elegeu seis senadores e cresceu na representatividade na Casa.
Senadores
Acre
Petecão (PSD)
Márcio Bittar (MDB)
Alagoas
Rodrigo Cunha (PSDB)
Renan (MDB)
Amapá
Randolfe (Rede)
Lucas Barreto (PTB)
Amazonas
Plínio Valério (PSDB)
Eduardo Braga (MDB)
Bahia*
Jaques Wagner (PT)
Angelo Coronel (PSD)
Ceará*
Cid Gomes (PDT)
Eduardo Girão (Pros)
Distrito Federal
Leila do Vôlei (PSB)
Izalci (PSDB)
Espírito Santo
Fabiano Contarato (Rede)
Marcos do Val (PSC)
Goiás
Vanderlan (PP)
Jorge Kajuru (PRP)
Maranhão*
Weverton (PDT)
Eliziane Gama (PPS)
Mato Grosso
Juiza Selma Arruda (PSL)
Jayme Campos (DEM)
Mato Grosso do Sul
Nelsinho Trad (PTB)
Soraya Thronicke (PSL)
Minas Gerais
Rodrigo Pacheco (DEM)
Carlos Viana (PHS)
Pará*
Jader Barbalho (MDB)
Zequinha Marinho (PSC)
Paraíba
Veneziano (PSB)
Daniella Ribeiro (PP)
Paraná
Oriovisto Guimarães (Podemos)
Flávio Arns (Rede)
Pernambuco
Humberto Costa (PT)
Jarbas (MDB)
Piauí
Ciro Nogueira (PP)
Marcelo Castro (MDB)
Rio de Janeiro
Flávio Bolsonaro (PSL)
Arolde de Oliveira (PSD)
Rio Grande do Norte
Capitão Styvenson (Rede)
Drª Zenaide Mara (PHS)
Rio Grande do Sul
Luis Carlos Heinze (PP)
Paulo Paim (PT)
Rondônia
Marcos Rogério (DEM)
Confucio Moura (MDB)
Roraima
Chico Rodrigues (DEM)
Mecias de Jesus (PRB)
Santa Catarina
Esperidião Amin (PP)
Jorginho Mello (PR)
São Paulo
Major Olímpio (PSL)
Mara Gabrilly (PMDB)
Sergipe
Alessandro Vieira (Rede)
Rogério Carvalho Santos (PT)
Tocantins
Eduardo Gomes (SD)
Irajá (PSD)
*Estados que estavam com 99% das urnas apuradas até 1h10..