O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) retomou nesta segunda-feira (8) a sua campanha nas redes sociais após criar uma distância confortável em relação ao segundo lugar, o candidato petista Fernando Haddad. Bolsonaro teve 46,03% dos votos, enquanto Haddad ficou com 29,28%. A decisão será em segundo turno.
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"Vou conversar com as forças democráticas do país, representadas por algumas candidaturas como a de Ciro Gomes (PDT), e Guilherme Boulos (PSOL)", assim como com governadores, disse Haddad em entrevista coletiva ao fim do encontro. "Temos interesse que as forças democráticas estejam unidas em torno deste projeto do PT.
Fortalecido
A tarefa se anuncia titânica para Haddad, que obteve 29,28% dos votos e conseguiu salvar o partido de esquerda de uma queda histórica.
Com a bênção dos mercados, das igrejas evangélicas, e com seu partido convertido na segunda força no Congresso, a onda "bolsonarista" só terá que lutar com os seus elevados índices de rejeição, de 45%, segundo o Datafolha, coletados ao longo de uma disputa cheia de declarações misóginas, homofóbicas e racistas, além de sua justificativa da tortura durante a ditadura militar (1964-1985).
Bolsonaro não fez campanha nas ruas desde que, em 6 de setembro, foi esfaqueado durante um ato eleitoral, que o deixou à beira da morte. Seu domínio nas redes sociais é, não obstante, incontestável.
"A eleição é de vocês.
Neste domingo, Bolsonaro se queixou no Facebook de "problemas" com as urnas eletrônicas que, segundo afirmou, lhe impediram de vencer no primeiro turno.
Última oportunidade
Muito mais complicado parece o salto de Haddad, que precisará liderar um contra-ataque histórico para chegar a Brasília.Sua união total com Lula lhe permitiu ganhar rapidamente setores populares que se identificam com o ex-presidente, mas pode comprometer sua aproximação de grupos e partidos que consideram o líder da esquerda um sinônimo de corrupção e de políticas estatizantes, que estes grupos consideram responsáveis por jogar o Brasil em uma recessão de dois anos.
Uma das chaves para reduzir a distância para Bolsonaro seria o apoio de Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que foi ministro da Integração Nacional de Lula e conseguiu 12,5% dos votos.
Gomes disse que discutirá com os líderes do PDT a posição para o segundo turno, mas antecipou um possível apoio: "Farei o que fiz toda minha vida, que é lutar pela democracia e contra o fascismo".
Apesar da diferença, Haddad se mostrou satisfeito com a intensa corrida presidencial iniciada em 11 de setembro, quando substituiu Lula por conta da impugnação de sua candidatura.
"Acho que foi uma conquista colocar, com 22 dias de campanha, um candidato com quase 30% dos votos válidos", afirmou em Curitiba.
Lua de mel com os mercados
Horas depois de Bolsonaro se aproximar da vitória no primeiro turno, a Bolsa de São Paulo disparou 6% apenas 20 minutos após a abertura, embora tenha reduzido o seu avanço a 4,05% às 15h00 (de Brasília).
O dólar, por sua vez, caía 2,54%, reforçando uma euforia à qual Bolsonaro respondia no Twitter mencionando, novamente, o roteiro traçado para o seu eventual governo..