Jornal Estado de Minas

2º turno

Disputa entre Bolsonaro e Haddad é acirrada e sem debate

Ausente em debates, Bolsonaro recebeu apoio de Ronaldo Caiado - Foto: TWITTER/REPRODUÇÃO

O cancelamento dos dois primeiros debates entre os candidatos à Presidência que disputam o segundo turno foi motivo de troca de ofensas ontem entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O capitão reformado recebeu na manhã de ontem a visita de seus médicos, que recomendaram repouso até a próxima semana. Após a confirmação de que Bolsonaro não participaria do debate na Rede Bandeirantes, Haddad afirmou que o país precisa conhecer as propostas dos candidatos e que iria “na enfermaria em que ele estiver para debater”. Nas redes sociais, o tom de acusações entre os candidatos continuou, com o petista chamando Paulo Guedes (indicado pelo deputado para comandar a equipe econômica caso eleito) de “Temer piorado”. Bolsonaro afirmou que os petistas defendem “menores estupradores”.

De acordo com a equipe médica do Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro ficou internado após ser esfaqueado no início de setembro, o militar não deve participar de debates até o dia 18  (quinta-feira que vem), quando ele será submetido a nova avaliação. Os médicos afirmaram que o candidato não está autorizado a viajar e recomendaram repouso, evitando ser taxativos sobre a participação em debates.

“Ele tem desejo de participar (dos debates) realmente, mas no momento, perante essa avaliação que fizemos aqui, consideramos que não é o momento ideal para ele voltar às atividades”, afirmou o cardiologista Leandro Echenique. Os médicos explicaram ainda que a situação clínica é estável, mas que ele precisa manter o repouso por mais uma semana para recuperar seu peso. Desde a facada, Bolsonaro perdeu 15 quilos e, segundo os médicos, precisará uma alimentação reforçada em proteínas para o aumento da massa magra.

Fernando Haddad disse que os debates entre os dois candidatos serão fundamentais para que os eleitores conheçam os dois projetos em disputa no segundo turno.
O ex-prefeito de São Paulo afirmou que estaria disposto a ir a uma enfermaria para discutir as propostas de governo com o adversário. “Nosso receio é de que ele busque subterfúgios para não debater. Estou disposto até a ir a uma enfermaria para debater com ele. O futuro do Brasil está em jogo e ninguém pode chegar à Presidência sem dizer o que vai fazer para o país”, disse Haddad.

Ontem, a Bandeirantes informou que o encontro marcado para amanhã seria adiado para a próxima semana, provavelmente na sexta-feira, dia 19. A RedeTV! Informou também que, em virtude da impossibilidade de participação de Bolsonaro, o debate que estava marcado para a próxima segunda-feira, dia 15 foi cancelado.

VIOLÊNCIA
Ontem, diante dos novos casos de violência envolvendo a campanha presidencial, Bolsonaro postou a seguinte mensagem em seu perfil no Twitter: “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A esse tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como caluniadores que tentam nos prejudicar”.

Alguns aliados dos petistas subiram o tom nas críticas à ausência de Bolsonaro no primeiro debate. O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o capitão reformado se comporta como “covarde e fujão”, que usa “atestado ad perpetuam como desculpa esfarrapada” para que a população “não conheça sua verdadeira identidade”.

As provocações entre os aliados dos presidenciáveis ganharam tom mais pejorativo e agressivo nas redes sociais ao longo do dia.
O filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, criticou a fala de Haddad sobre a ausência nos debates: “Haddad, você entende mesmo é de ir em presídio”. O capitão reformado compartilhou o post do filho e disparou contra o petista: “Calma que sua hora vai chegar, marmita de corrupto preso”. A briga se espalhou pela internet, com os apoiadores de cada lado divulgando as provocações e ofensas. As hashtags #marmitadecorrupto e #bolsonarocagao estiveram ao longo de todo o dia entre os assuntos mais comentados.

Ontem, a violência pública também se tornou motivo de embate entre Haddad e Bolsonaro no Twitter. O petista citou falas do capitão reformado em defesa de torturadores: “Meu adversário defende torturador até hoje, mesmo sabendo que nos porões da ditadura aconteciam estupros contra as mulheres presas”. Horas depois, o candidato do PSL rebateu: “Se pesquisarem no Google “menor estupra” ou “menor mata”, verão que centenas de crimes desta natureza espalhados por todo país nos últimos anos. O PT e o PCdoB, incluindo suas parlamentares, votaram contra a prisão de menores que estupram e matam. Nós sempre fomos a favor!”, escreveu Bolsonaro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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