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Estado de Minas

Renovação no Senado poupou oito senadores; saiba quais

Das 54 cadeiras abertas no Senado, na eleição de domingo, 85% ficaram para estreantes. A seleta lista dos reeleitos inclui veteranos com passagem em diferentes cargos legislativos e executivos


postado em 11/10/2018 07:43

Um pequeno grupo de oito senadores foi poupado do amplo processo de renovação que marcou a eleição para a Casa, no domingo:das 54 cadeiras em disputa, 85% ficaram com novatos. Os sobreviventes são legisladores que conseguiram receber a confiança do eleitorado, apesar de um clima generalizado de descrédito na política brasileira, afetada por denúncias de corrupção e outras irregularidades. Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) estão entre os reeleitos e vão atuar ao lado de 46 novos senadores e dos 27 que têm mandato até 2022.

A composição da Casa para a próxima legislatura se anuncia bem mais conservadora, dominada por parlamentares que, durante a campanha eleitoral, empunharam as bandeiras da segurança pública e do combate à corrupção. Predominam os adeptos de propostas como a redução da maioridade penal e a revogação do Estatuto do Desarmamento.

O pequeno grupo dos veteranos que voltarão ao tapete azul, em 2019, inclui ainda Sérgio Petecão (PSD-AC), Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), Ciro Nogueira (PP-PI) e Paulo Paim (PT-RS).
O perfil dos reeleitos mistura os que se mantiveram fiéis a uma só legenda e os que transitaram por várias ao longo da carreira política e parlamentar. Quase todos percorreram o Legislativo desde a esfera municipal e estadual.

Confirmados nas urnas

Sérgio Petecão (PSD-AC)

(foto: Agência Senado)
(foto: Agência Senado)

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC), de 58 anos, foi reeleito para o segundo mandato consecutivo com 30,71% dos votos, à frente de Márcio Bittar (MDB), que ficou com 23,28% e vai ocupar a segunda vaga de senador do Estado. Nascido em Rio Branco, Petecão é empresário e candidatou-se pela primeira vez em 1984, ao cargo de vereador. Em 1990, filiou-se ao Partido da Mobilização Nacional (PMN). Em 1994, foi eleito deputado estadual, sendo reeleito em 1998 e 2002. Ele prersidiu a Assembleia Legislativa estadual, cargo para o qual foi reconduzido por três mandatos consecutivos (2000, 2002 e 2004). Em 2006, elegeu-se deputado federal com a segunda maior votação do Acre. Em 2010, foi eleito senador pelo PMN, com a segunda maior votação no estado. No Senado, foi membro titular das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania; Direitos Humanos; Ciência e Tecnologia; e Infraestrutura. Atualmente, é o 2º suplente da Mesa do Senado Federal.

Renan Calheiros (MDB-AL)

(foto: Agência Senado)
(foto: Agência Senado)

Reeleito com 23,88% dos votos, Renan Calheiros (MDB-AL), de 63 anos, vai para ou quarto mandato no Senado. Na eleição de domingo, ele ficou atrás de Rodrigo Cunha (PSDB), estreante na Casa, eleito com 34,42% dos votos. Nascido em Murici (AL), Calheiros iniciou sua trajetória política no movimento estudantil, nos anos 1970, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Em 1978, elegeu-se deputado estadual pelo MDB (mais tarde PMDB), que fazia oposição ao regime militar. Na década de 1980, elegeu-se deputado federal por duas vezes e integrou a Constituinte eleita em 1986. Em 1989, filiou-se ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN) para apoiar a candidatura presidencial de Fernando Collor, e em 1990 tornou-se líder do governo no Congresso. Foi eleito senador pela primeira vez em 1994 e, desde então, foi escolhido quatro vezes presidente da Casa. Foi ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

(foto: Monique Renne/CB/D.A Press )
(foto: Monique Renne/CB/D.A Press )

Eleito pela primeira vez em 2010, pelo PSol, Randolfe Rodrigues, 45 anos, retorna ao Senado como o mais votado no Amapá, agora pela Rede. Graduado em história e direito, deputado estadual por dois mandatos, estreou na Casa como o mais jovem daquela legislatura. Ele foi filiado ao PT e ao PSol antes de ir para o Rede Sustentabilidade. No primeiro mandato, candidatou-se duas vezes à Presidência do Senado, perdendo a disputa, respectivamente, para os peemedebistas José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Atualmente, integra as comissões de Assuntos Econômicos; Assuntos Sociais; Constituição, Justiça e Cidadania; Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática; Educação, Cultura e Esporte; Mudanças Climáticas; Relações Exteriores e Defesa Nacional; Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor.

É também integrante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Eduardo Braga (MDB-AM)

(foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
(foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)

O senador Eduardo Braga (MDB-AM), 58 anos, foi reeleito para o segundo mandato consecutivo, com 18,45% dos votos. Na votação de domingo, ficou em segundo lugar, atrás do deputado estadual Plínio Valério (PSDB), eleito com 25,36%. Nascido em Belém (PA), Eduardo Braga é empresário e formado em engenharia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Ele iniciou a carreira política nos anos 1980, como vereador em Manaus pelo extinto PDS. Após cumprir mandatos de deputado estadual e federal, elegeu-se vice-prefeito de Manaus em 1992. Eleito governador em primeiro turno, em 2002, repetiu o resultado quatro anos mais tarde. Em 2010, elegeu-se senador e dedicou o mandato a temas relacionados à integração regional e à infraestrutura. De 2012 a 2014, foi líder do governo da presidente Dilma Rousseff no Senado. Em 2015 e 2016, interrompeu a atividade legislativa para comandar o Ministério de Minas e Energia.

Jader Barbalho (MDB-PA)

(foto: Waldemir Barreto/Agência Senado )
(foto: Waldemir Barreto/Agência Senado )

O senador Jader Barbalho (MDB-PA), 74 anos, foi o mais votado no domingo em seu estado e se reelegeu com 19,74% dos votos. Ficou à frente de Zequinha Marinho (PSC), atual vice-governador, que recebeu 19,62% dos votos e vai ocupar a segunda vaga disputada neste ano. Nascido em Belém, Barbalho é formado em direito e ingressou na vida pública em 1967, ao se eleger vereador pelo MDB. Após cumprir dois mandatos como deputado estadual, foi eleito governador do Pará em 1982. Em 1987, foi nomeado ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário, no governo de José Sarney. No ano seguinte, assumiu o Ministério da Previdência e Assistência Social. Em 1991, foi eleito novamente governador. Em 1995, elegeu-se primeira vez para o Senado, onde foi líder da bancada do PMDB. Assumiu a Presidência do Congresso em 2001. Em 2002, ganhou a eleição para deputado federal e foi reeleito em 2006. Retornou ao Senado em 2011.

Humberto Costa (PT-PE)

(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

O senador Humberto Costa (PT-PE), 61 anos, foi reeleito para o segundo mandato consecutivo após liderar a votação de domingo, com 25,76% dos votos. Ele ficou à frente do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB-PE), que ficou com 21,51% dos votos e vai ocupar a segunda vaga de senador do estado. Nascido em Campinas (SP), Humberto Costa é formado em medicina e jornalismo. Foi vereador em Recife, deputado estadual e federal. Entre 2007 e 2010, assumiu a Secretaria das Cidades de Pernambuco. Ainda em 2010, foi eleito para o Senado, tornando-se o primeiro petista a representar o estado na Casa. Humberto foi ministro da Saúde no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando lançou programas nacionais como o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu), o Brasil Sorridente e o Farmácia Popular. No Senado, foi um dos mais ferrenhos opositores do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Ciro Nogueira (PP-PI)

(foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O senador Ciro Nogueira (PP) foi reeleito para o segundo mandato consecutivo como o mais votado no Piauí. Ele recebeu 29,75% dos votos, enquanto o deputado federal Marcelo Castro (MDB-PI) foi eleito para ocupar a segunda vaga de senador do estado, com 26,84% dos votos. Natural de Teresina, empresário e graduado em direito, Ciro Nogueira participa da vida pública desde os 26 anos, idade em que foi eleito deputado federal. Reeleito três vezes para a Câmara dos Deputados, ele chegou ao Senado em 2010. Atual presidente do Partido Progressista (PP), integra as comissões de Assuntos Econômicos; Assuntos Sociais; Constituição, Justiça e Cidadania; Direitos Humanos e Legislação Participativa; Desenvolvimento Regional e Turismo; Educação, Cultura e Esporte.

Paulo Paim (PT-RS)

(foto: Ed Alves/CB/D.A Pres)
(foto: Ed Alves/CB/D.A Pres)

Natural de Caxias do Sul (RS), o senador Paulo Paim (PT-RS), 68 anos, foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo com 17,76% dos votos. Ficou atrás de Luis Carlos Heinze, o mais votado no estado, com 21,9% dos votos. De família humilde, Paim começou a trabalhar ainda criança. Na adolescência, fez o curso de matrizeiro e ferramenteiro no Senai, paralelamente ao ensino médio. Em 1981, assumiu a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas. Chegou a ser vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e filiou-se ao PT em 1985. Um ano depois, elegeu-se deputado federal e foi um dos constituintes. Em 2002, foi eleito para o Senado, onde foi vice-presidente da Casa e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. É autor do projeto que criou o Estatuto do Idoso e coautor do projeto original da Lei Brasileira de Inclusão, de 2015, que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
(Com informações de Jorge Vaasconcelos - Especial ara o Correio Braziliense)


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