Adversários na disputa pelo governo de Minas, o senador Antonio Anastasia (PSDB) e o empresário Romeu Zema (Novo) elevam o tom da disputa no fim da primeira semana da corrida eleitoral. Em campanha na Praça do Papa, em Belo Horizonte, Anastasia disse que as propostas de Zema são “fora da realidade” e que o opositor quer promover uma “privatização generalizada”. Já o empresário Romeu Zema afirmou que, se eleito, sua administração à frente do estado será muito diferente do “tal choque de gestão”, uma das marcas do governo tucano, que, segundo o empresário inchou a máquina pública e deixou déficit de R$ 2,1 bilhões.
Leia Mais
Anastasia acusa Zema de querer 'privatização generalizada''O Novo não é novo', afirma Anastasia em entrevistaPerfil do eleitor: Jair Bolsonaro e Romeu Zema abrem vantagem em Minas Anastasia e Zema buscam apoio de pastores evangélicos na mesma igrejaAnastasia critica Zema por declaração sobre pessoas com deficiência; adversário rebateTrês vices já assumiram a Presidência do Brasil desde o fim da ditaduraZema afirmou que sua trajetória à frente da iniciativa privada, com 430 lojas em segmentos variados e mais de 5,5 mil funcionários, atesta sua competência. “Nosso faturamento deve bater a casa dos R$ 5 bilhões neste ano. E, mesmo com o país em crise, conseguimos manter o pagamento dos funcionários sempre em dia.
O empresário disse que se eleito, fará reforma administrativa, reduzindo de 21 para nove o número de secretarias no estado e cortando 80% dos cargos comissionados. “Nos oitos anos em que Aécio Neves governou Minas com Anastasia no secretariado, o quadro de pessoal cresceu 30,9%, passando de 268,4 mil servidores, em novembro de 2003, para 351,5 mil, em novembro de 2010, além do déficit que o governo Anastasia deixou de R$ 2,1 bilhões. Fatos que compravam que não houve choque de gestão”, ressaltou.
Zema disse que, no segundo turno, vai mostrar como “tirar Minas dessa situação crítica”. Segundo ele, seu plano de governo está em constante aprimoramento, em resposta à alegação de Anastasia de que as propostas do empresário foram retiradas do site do candidato.
DEFESA DOS ANIMAIS Focado em comparar seu plano de governo com o de seu adversário, o senador Antonio Anastasia atacou Zema. No segundo dia em que fez campanha no segundo turno, o tucano escolheu uma agenda com os cachorros e protetores de animais na Praça do Papa, em BH, para pedir votos. Anastasia ficou dois dias sem fazer campanha nesta semana por causa da agenda no Senado.
Embora o início das propagandas do candidato tenha focado em criticar o adversário, Anastasia negou que queira “desconstruir” Zema e afirmou querer apenas permitir a comparação. “As propostas que ele está fazendo são fora da nossa realidade, uma privatização generalizada que não encontra eco inclusive no anseio dos mineiros, me parece”, disse. Questionado sobre o fato de a pauta de privatizações também ser do PSDB, Anastasia rebateu: “É totalmente diferente, a privatização do PSDB era de empresas que não estavam no núcleo do estado, a proposta dele (Zema) é privatizar educação e saúde”, afirmou.
Anastasia disse que vai usar o tempo de televisão e as redes sociais para mostrar a diferença entre “o que é administrar uma empresa privada e o que é administrar o governo estadual”. Segundo ele, as diferenças vão ficar claras nos debates e entrevistas. Anastasia voltou a falar do déficit do estado que, apesar de estar previsto em R$ 11,2 bilhões na proposta de orçamento para o ano que vem, acredita que ultrapasse os R$ 20 bilhões. “Acho que nem o governo atual tem o valor exato, mas a cada dia sai mais um esqueleto do armário, cada dia é uma dívida nova que surge”, disse. Hoje, Zema e Anastasia ficarão dedicados às gravações do programa eleitoral..