O candidato João Batista Mares Guia (Rede), derrotado nas urnas, fez duras críticas ao apoio que membros dos dois partidos que disputam o segundo turno ao governo de Minas Gerais, PSDB e Novo, declararam a Jair Bolsonaro (PSL). Ele apoiou Romeu Zema (Novo) na esfera estadual e declarou “apoio crítico” a Fernando Haddad (PT), na Presidência. Em entrevista ao Estado de Minas, Mares Guia afirma que a posição adotada no estado é “oportunista e eleitoreira” e que os políticos de ambas as legendas estão desrespeitando as orientações de seus partidos.
Zema declarou abertamente, na última semana, apoio ao capitão reformado do exército à Presidência, apesar de o partido Novo ter se posicionado como neutro, mas contra o PT. Por outro lado, o PSDB afirmou neutralidade e Antonio Anastasia (PSDB), que disputa o segundo turno em Minas, não declarou voto, mas também criticou o partido de Fernando Haddad. Apesar disso, pessoas ligadas ao senador tucano, como seu vice Marcos Montes (PSD) e o presidente estadual do partido Domingos Sávio (PSDB), declararam apoio ao militar. Na última quarta-feira (10), Sávio publicou um vídeo que gravou com o candidato do PSL e afirmou: “É Bolsonaro e Anastasia”.
De acordo Mares Guia, o apoio de membros do PSDB a Jair Bolsonaro é fruto de um “cálculo eleitoral” para tentar angariar votos para a candidatura do tucano em Minas. “É um movimento de oportunidade para ver se Anastasia chega ao governo vendendo a alma ao diabo. Isso vai ser o sepultamento do PSDB em Minas Gerais”, diz. Sobre Romeu Zema, a quem declarou apoio no segundo turno, o candidato da Rede se diz surpreso. “O apoio ostensivo que ele tem feito ao Bolsonaro é altamente contraditório com a prática liberal”, argumenta.
Ele ainda afirma que, apesar de não querer antecipar uma mudança de posição em relação ao candidato do Novo, vai propor uma nova reunião com a Executiva de seu partido para examinar o apoio dado a Zema. Vamos “reexaminar nossa posição à luz desse apoio ostensivo, do Zema, e não necessariamente do Novo, à campanha do Bolsonaro”.
*Estagiário sob supervisão do editor Renato Scapolatempore