O candidato a governador Romeu Zema (Novo) mudou o discurso e já não pretende privatizar as estatais caso seja eleito no próximo dia 28 – conforme prevê o seu programa de governo, registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Ao comentar sobre a crise financeira do estado, o empresário disse que a situação é “tão grave” que mesmo que todas as empresas fossem vendidas (como a Cemig, Copasa e Codemig), iria estar “tampando (sic) o sol com a peneira”.
Zema afirmou que a ideia é profissionalizar as empresas, reduzir secretarias e cortar cargos comissionados para tentar reduzir o déficit previsto de R$ 11,4 bilhões para o ano que vem.
“O estado hoje está torrando uma Cemig a cada dois, três meses. O que vai resolver vender essas empresas? Nós vamos é reestruturar o estado, refinanciar a dívida com a União, porque isso é que vai resolver. Privatizar empresa nessa altura do campeonato, pouco resolve”, disse o candidato, que na tarde desta terça-feira reuniu-se com 17 prefeitos de oito microrregionais mineiras.
Segundo ele, a prioridade será “corrigir o que é urgente”. “A medida que estamos aprofundando na questão, estamos entendendo aquilo que é prioritário e aquilo que não é prioritário”, completou.
Servidores
Em relação à realocação de servidores em razão do enxugamento da máquina pública proposto por ele, Zema argumentou que será preciso encontrar um “caminho alternativo” a partir de uma discussão com a Assembleia Legislativa e os sindicatos representantes da categoria.“Da forma que está, quem hoje está recebendo o salário parcelado em três vezes, daqui a pouco vai estar recebendo o sal[ário em seis, depois em nove. Será que esse é o caminho que queremos para Minas ou vamos ter de rever várias coisas que hoje foram acumulando ao longo do tempo e que serão necessários uma total revisão”.
Questionado sobre os servidores concursados, Zema não negou que futuramente eles poderão perder o emprego. “É uma medida que eu não gostaria de fazer de forma alguma. Isso eu acho que é uma situação limite, e vamos evitar ao máximo isso. Eu acho que o funcionário concursado que lutou tanto para ter essa vaga merece respeito e deve continuar trabalhando. Primeiro vamos olhar aqueles que não são concursados, afim de estar respeitando a lei”.
Prefeitos
Após encontro com prefeitos de várias regiões, Romeu Zema disse que ouviu queixas sobre a falta de repasses de recursos para os municípios e exemplo de como os administradores estão se virando para manter o serviço público. A Associação Mineira de Municípios contabiliza que o governo tem uma dívida de R$ 8 bilhões com as prefeituras.
"Isso demonstra a gravidade da situação do estado e a irresponsabilidade dos mesmos políticos de sempre, que nada fizeram para evitar que a nossa situação chegasse a esse ponto", afirmou.
O candidato citou como outro exemplo de queixa dos prefeitos, falta de energia elétrica em algumas regiões, o que impossibilita o crescimento da produção agrícola. "Nós temo falta de energia elétrica, temos gente querendo produzir e uma empresa do estado que fica impedindo que isso aconteça", reclamou. Zema disse que quer "beijar" quem produz, enquanto o governo fica "cuspindo".