O candidato do Partido Novo ao governo de Minas Romeu Zema ganhou a adesão, nesta quarta-feira (17), do PSB, que no primeiro turno das eleições esteve coligado com o governador Fernando Pimentel (PT), que tentava a reeleição. A legenda divulgou nota dizendo reconhecer o “desejo por renovação” expresso pelos mineiros nas urnas no dia 7 de outubro.
Segundo o presidente da comissão provisória do PSB em Minas, Renê Vilela, não houve negociação de participação em um eventual governo de Zema. “Nosso apoio não está de forma alguma condicionado ou necessariamente associado a participação no governo de Zema e Brant. Se alguém achar que temos condições colaborar, o PSB tem bons quadros sérios e com experiência administrativa, mas não é condição, absolutamente”, disse o dirigente.
O PSB de Minas chegou a lançar a candidatura do ex-prefeito Marcio Lacerda ao governo mineiro, mas uma decisão nacional da legenda, por causa de um acordo com o PT para apoiar a reeleição de Paulo Câmara em Pernambuco, fez com que a direção nacional vetasse a candidatura em Minas Gerais. O assunto foi para na Justiça e levou Lacerda a renunciar à disputa e se desfiliar do PSB. Sob nova direção, o PSB fechou acordo com o PT mineiro e passou a integrar a aliança de Fernando Pimentel.
Questionado sobre esse apoio na primeira etapa do pleito, Renê Vilela disse que a prioridade do partido era eleger deputados federais.
“A coligação com o PT nos possibilitou alcançar a meta de eleger três deputados federais. E entre as candidaturas registradas, entendemos que, do ponto de vista programático, a aliança com PT era muito mais justificável do que com o PSDB”, explicou, acrescentando que o PT é o PT e o PSB é outra instituição.
O designado para costurar o acordo foi o candidato a vice na chapa Paulo Brant, que foi filiado ao PSB em 2016 a convite de Lacerda para concorrer à Prefeitura. Depois o vice de Zeman na chapa rompeu com Lacerda, que alegou ter desistido de lançá-lo por causa de uma condenação administrativa do Banco Central e acabou apoiando o então vice-prefeito Délio Malheiros no pleito
Desejo de renovação
A nota do PSB diz que o desejo de renovação foi traduzido na “expressiva votação” obtida por Zema e o candidato a vice Paulo Brant, que já foi filiado ao PSB. Na nota, a legenda registra que a superação dos desafios em Minas requer “apoio e colaboração” do PSB. O partido diz que Zema e Brant são empresários bem sucedidos e com credibilidade no âmbito internacional. Na nota, o PSB coloca o modelo de gestão implementado pelo PSDB como responsável pela origem da crise tributária e fiscal no estado.
Ao oficializar o apoio, o PSB citou ainda a elevação dos gastos públicos, a “privatização de estatais” e o aparelhamento político do governo.
“Acrescenta-se à herança deixada de centenas de obras inacabadas de infraestrutura, com significativos prejuízos à população em todo o Estado. Quadro que se intensificou em razão da crise macroeconômica, cujo efeito sobre os mineiros foi agravado pela ação política de isolamento de Minas Gerais, patrocinado inclusive pelo próprio PSDB de Minas, que se destaca no Congresso Nacional como uma das principais forças políticas conservadoras de sustentação do governo Temer”, disse.
Segundo o PSB, a eventual vitória de Zema e derrota do PSDB “encerrará um longo ciclo de um modelo e lideranças políticas saturadas”. O PSB elegeu três deputados federais e um estadual.
Nota do PSB
"Em relação ao apoio do Partido Socialista Brasileiro (PSB), declarado hoje (17), à sua candidatura neste segundo turno, Romeu Zema, do Novo, considera natural que as forças políticas do Estado comecem a se organizar em torno da proposta que, já ficou evidente nas urnas, é a que os mineiros querem.
Não houve nenhuma conversa a respeito de participação do PSB em qualquer instância do governo. “É uma disposição da nossa campanha, confirmada a nossa eleição, manter um diálogo respeitoso com todas as siglas partidárias que desejam o melhor para Minas Gerais”, declara o candidato"