Em reunião no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), ao lado de representantes de partidos que apoiam a chapa do candidato a presidente Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições 2018, pediu à presidente da Corte, ministra Rosa Weber, medidas rápidas em resposta à ação em que o PT atribui crimes eleitorais contra a candidatura petista e a favor da campanha presidencial do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
A ação do PT pede que sejam investigadas as acusações de que empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens no WhatsApp contra a legenda e a campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República - caso revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.
A prioridade que o partido pede é em relação aos pedidos liminares de quebra de sigilo de empresas e também de realização de buscas e apreensões para comprovar e aprofundar as informações. Segundo o advogado da coligação, Eugênio Aragão, a ministra Rosa Weber disse que o tribunal dará alguma resposta ainda nesta sexta-feira, 19, em relação à ação apresentada na quinta-feira, 18, pelo PT.
"Precisamos de ações porque estamos vendo verdadeiramente uma fraude ao sistema eleitoral. Na reunião, eu saí preocupada com a passividade do tribunal. O momento é crítico. Está havendo disseminação de conteúdos de forma ilegal e a partir de caixa 2, influenciando as eleições. A ministra falou que o tribunal vai trabalhar no prazo normal e respeitando o devido processo legal. Como algumas decisões podem depender de ir ao tribunal pleno, propusemos que o pleno do TSE funcione permanentemente até o dia da eleição, para decidir sobre as ações de todos os interessados", disse Gleisi Hoffmann.
A presidente do PT argumentou na conversa com a ministra Rosa Weber que o WhatsApp está tomando medidas sobre o tema, como banir diversas contas desse tipo de empresas de mensagens em massa e impedir firmas de enviar comunicação em massa via aplicativo.
Antes desta ação, o PT já tinha apresentado duas ações de investigação judicial eleitoral para que o TSE apure suposto abuso de poder econômico para favorecer a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) e o declare inelegível.
O PSOL, que também ajuizou uma ação sobre fake news, e o PCdoB estiveram representados na reunião. O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, falou que é necessário o TSE tomar imediatamente medidas capazes de impedir a disseminação de notícias falsas. Um dos pedidos do PSOL é para o TSE determinar que o WhatsApp restrinja o encaminhamento de mensagens de 20 pessoas para 5. "Isso foi importante na Índia", disse, citando casos em que mensagens falsas levaram a linchamentos coletivos no país asiático.
"Teria tempo de ter impacto. Há uma massa de eleitor que tá formando sua preferência eleitoral a partir de informação falsa. Se elas deixarem de ser disseminadas, é possível que tenha resultado eleitoral que possa ao menos permitir o eleitor tomar sua decisão de forma consciente", disse o presidente do PSOL.
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