Brasília – O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para apurar suposto envolvimento do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) em esquema de captação ilícita de clientes para apresentação de ações trabalhistas a partir de listas com nomes e dados de trabalhadores demitidos. O parlamentar teria acesso às informações junto aos sindicatos em que exerce influência, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, que pediu a instauração do inquérito. A decisão foi tomada na quinta-feira. Paulinho da Força foi eleito para mais um mandato de deputado federal nestas eleições.
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Marco Aurélio autoriza novo inquérito contra Paulinho da ForçaCiro se reúne com deputado Paulinho da Força e outros diretores da entidadePF mira desvios da Conta Emprego e prende braço direito de Paulinho da ForçaDeputado Paulinho da Força é alvo da PF por crime eleitoralO caso foi apresentado na Procuradoria da República em São Paulo, onde foi relatada a suposta aquisição de listas com as informações dos trabalhadores mediante pagamento de R$ 100 mil por mês. Lá, também foi anexada uma cópia de contrato celebrado com o grupo de advogados, apontando os associados como responsáveis por encaminhar “lista válida de possíveis clientes aos associados, no intuito de aforar ação trabalhista”.
Além de autorizar a abertura de inquérito, Marco Aurélio deu aval para que sejam ouvidos sete advogados no caso, assim como a realização de diligência no prédio supostamente utilizado como escritório de apoio para captação dos trabalhadores demitidos. O ministro também deu 15 dias para Paulinho da Força se manifestar, caso tenha interesse.
Em agosto, o parlamentar já foi alvo de denúncia da PGR nas investigações da Operação Registro Espúrio. Ele e mais 25 foram denunciados por organização criminosa com atuação junto ao Ministério do Trabalho. O grupo é acusado de fazer negociações ilícitas de registros sindicais. Paulinho da Força é alvo de pelo menos outros dois inquéritos no STF. Em um deles é investigado por corrupção passiva em razão do suposto recebimento de R$ 1 bilhão não contabilizados da Odebrecht durante a campanha eleitoral de 2014. A reportagem entrou em contato com a assessoria do deputado, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.