Eleitores convidados e intimados, integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal acompanham, na manhã deste sábado, uma auditoria em três urnas eletrônicas utilizadas no primeiro turno da eleição. O exercício, feito na sede do Tribunal Regional Eleitoral, em Belo Horizonte, pretende demonstrar aos presentes a segurança dos programas e equipamentos de votação utilizados no país.
Leia Mais
TRE de Minas vai auditar urnas eletrônicas por denúncias de fraudesBolsonaro diz que suspeição das urnas vale só para voto em presidentePágina divulgou boatos sobre fraude em urnasRosa Weber e presidentes de TREs defendem urna e pedem respeito às instituiçõesPF abre inquérito para investigar fake news envolvendo candidatosDepois de explicado o procedimento, funcionários do TRE apresentaram as urnas e o processo a ser executado. Também foram esclarecidas dúvidas dos eleitores presentes quanto ao equipamento e seu funcionamento.
Três urnas foram preparadas. Duas delas foram coletadas por pedidos de procuradores - uma da 319ª zona, em Betim, e outra da 248ª zona, em Santa Rita do Sapucaí. A terceira urna foi uma opção do TRE, da 33ª zona, em Belo Horizonte, onde houve reclamações e boletins de ocorrência durante a votação.
O aposentado Aldo Barbosa, de 70 anos, foi um dos eleitores que aceitou o convite do TRE e acompanhou a auditoria. Segundo ele, no momento em que ia votar para presidente, digitou os dois números e a urna encerrou o processo sem que ele tenha confirmado. A reclamação é a mesma de outras pessoas presentes.
A administradora Daniele Alckmin, de 36 anos e o engenheiro Nakle Mohallem, 42, vieram de Santa Rita do Sapucaí conferir o andamento do processo com a urna na qual votaram e saíram com esperança renovada da auditoria.
"Aqui na auditoria correu tudo bem, com transparência. Vamos conferir no final do dia o boletim de urna do início da urna da minha seção. A minha sensação de que meu voto não tinha sido computado, nesse momento, estou mais tranquila e acho que vai dar certo. Conferimos e está tudo ok. A esperança é que os boletins batam e que dê tudo certo" disse Daniele.
Questionado se teve as dúvidas esclarecidas e se acredita que a auditoria vai sanar seus questionamentos, Aldo se mostrou dividido. "Tenho esperança, certeza não. Posso sair daqui frustrado, mas posso sair satisfeito também.
De acordo com o diretor geral do TRE Adriano Denardi Júnior, o tribunal acredita que o mais provável que tenha acontecido é que os eleitores pressionaram a tecla confirma automaticamente e que ficaram confusos pelo funcionamento da urna, que tem som diferente quando encerra o processo, além de uma barra de gravação na tela.
"Nossa percepção é de que, como o processamento é muito rápido ao final do último voto e a urna deixa de emitir o sonido curto dos votos anteriores, nossa impressão inicial é de que o eleitor tenha concluído que não confirmou. Apesar de tudo indicar que tenha confirmado. Não seria um mal funcionamento, mas sim uma sequência de votação que pode ter levado o eleitor a ter a impressão de que não confirmou", argumentou.
"O que estamos demonstrando com esse procedimento é que respeitamos o eleitor. O eleitor mineiro é ouvido e respeitado. O eleitor é dono e principal ator nesse processo. Isso aqui é uma resposta ao eleitor e esperamos que seja satisfatória para que ele conheça melhor e confie mais no processo. Tudo é feito de modo transparente.