O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, deu um tom otimista para a reta final da campanha eleitoral. Em discurso no encerramento de um ato de apoio no Rio, na noite desta terça-feira, 23, o petista disse sentir, "desde ontem (segunda-feira)", um clima de "virada" no ar, defendeu que se "abrace" o eleitor de baixa renda que sempre votou no PT e voltou a atacar o adversário, Jair Bolsonaro (PSL).
Leia Mais
Decisão do STJ abre brecha para PCdoB não ser atingido por cláusula de barreiraBarroso nega pedido de Temer para anular indiciamento no inquérito dos PortosSuposto vídeo com Doria movimenta redes sociais"Chororô" e "mimimi", diz deputado do PSL sobre fala de Eduardo BolsonaroO ato foi organizado para demonstrar apoio da classe artística a Haddad. O tom otimista inflamou o público - a organização falou, ao microfone, em 70 mil pessoas na praça abaixo dos Arcos da Lapa - e contrastou com o discurso do rapper Mano Brown. O cantor e compositor criticou o clima de festa e culpou a falha de comunicação do PT com os eleitores das classes populares pela eventual eleição de Bolsonaro, que considera definida. "Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil.
Ao discursar no encerramento do ato, Haddad disse que entendia e respeitava o que disse Brown. "O que ele disse é sério", afirmou o candidato do PT, defendendo que é preciso "dar razão" às pessoas que estão votando em Bolsonaro não porque confiam nele, mas porque "estão desesperadas". "Temos que, nesta semana, abraçar essas pessoas, que sempre estiveram conosco", afirmou Haddad.
O petista também criticou Bolsonaro e sua recusa a participar de debates. Numa referência à entrevista com Bolsonaro transmitida nesta terça-feira pela afiliada do SBT no Piauí, em que Bolsonaro disse que era preciso acabar com o "coitadismo" das minorias, Haddad subiu o tom. "Jair, se olha no espelho. Coitado é você, que não passa de um soldadinho de araque que fala grosso porque tem gente armada em volta", afirmou Haddad, lembrando que Bolsonaro evitou os debates no segundo turno e citando o que chamou de falta de propostas, tanto como parlamentar quanto como candidato.
No fim do discurso, Haddad defendeu o direito à manifestação por parte dos movimentos sociais.