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Estado de Minas ENTREVISTA/ MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO (PSL)

"Sou conservador por natureza", diz aliado de Bolsonaro

Parlamentar diz que suas ideias se alinham às pautas de Jair Bolsonaro, como o porte de armas


postado em 24/10/2018 06:00 / atualizado em 24/10/2018 07:24

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Deputado federal mais votado em Minas Gerais, com 230 mil votos, Marcelo Álvaro Antônio (PSL) foi reeleito para seu segundo mandato na Câmara e, agora, no partido do presidenciável Jair Bolsonaro e impulsionado pelo resultado das urnas, vislumbra atuação de destaque em um eventual governo do capitão da reserva.

“Coloco-me à disposição. Seja no ministério, na Câmara Federal, como líder de governo ou do partido”, apontou, sem qualquer modéstia. ‘Conservador por natureza’, o congressista mineiro, de 44 anos, afirmou não ter dificuldades quanto a ser relacionado a pautas polêmicas de Bolsonaro, como a liberação do porte de armas de fogo.

“É direito do cidadão de bem, por exemplo, ter uma arma dentro de casa para defender sua família”, disse o deputado, que ainda prega o fim da divisão política nacional e a união pela recuperação do país e a parceria entre governos federal e estadual.

Álvaro Antonio defendeu a necessidade de aprovação de reformas políticas, com o objetivo de conquistar investimentos para obras tão desejadas pelos mineiros, como a duplicação da BR-381, além da reforma do Anel Rodoviário e ampliação do metrô na Grande BH. “O primeiro passo é resgatar e reestruturar a economia do país para ter condições de trazer esses investimentos tão importantes para Minas”, afirmou o deputado.


Nos últimos quatro anos, a atual bancada mineira não conseguiu praticamente nada de recursos e obras para o estado. Demandas antigas de Minas não receberam verba do orçamento federal. O que fazer para mudar esse quadro?
Sabemos que a situação atual do Brasil inspira muitos cuidados e precisamos fazer uma reestruturação do país. Todas as obras serão possíveis se conseguirmos, nos dois primeiros anos de governo, emplacar as reformas necessárias para resgatar a economia do país. Aí, vamos conseguir, no segundo e terceiro anos de mandato do Jair Bolsonaro, tentar trazer esses benefícios para Minas Gerais. A 381 está a passos de tartaruga e o Rodoanel não foi feito. O metrô não recebeu recurso nenhum. O primeiro passo é resgatar e reestruturar a economia do país para ter condições de trazer esses investimentos tão importantes para Minas Gerais.

"O que queremos é promover a união do Brasil. Entender que a eleição passou e que precisamos nos unir para o resgate e a reconstrução do nosso país"


A bancada está muito pulverizada, com muitos partidos. Como unir tantas tendências em prol do país e do estado?
Temos que entender que a eleição acaba no dia 28. Daí para frente é muito diálogo, com todos. O que queremos é promover a união do Brasil. Entender que a eleição passou e que precisamos nos unir para o resgate e a reconstrução do nosso país. A esquerda no Brasil, o PT principalmente, já vem há um longo tempo fazendo essa divisão a todo custo. O voto deles vem daí. A divisão entre rico e pobre, o nordestino e o sulista, o homossexual e o heterossexual. Uma desunião só interessa a eles. Nossa proposta vai ser unir o Brasil em torno desse resgate de que tanto precisamos. Inclusive dialogando com partidos contrários. A cláusula de barreira parece ter eliminado desse cenário pelo menos 14 partidos, muitos serão fundidos. Deputados passarão para outros partidos, o que a legislação permite. Vai reduzir o número de partidos na Câmara Federal. Não sabemos ainda quantos, mas já temos apoio de muitas bancadas como a da bala, a evangélica, a católica, a do agronegócio. Essa governabilidade para conseguirmos aprovar as propostas já está sendo bem construída. Acredito que não vamos ter dificuldade.

O senhor pretende atuar em alguma área específica em um eventual governo de Jair Bolsonaro? Já discutiram as possibilidades dentro do partido?
Jair Bolsonaro e o time do PSL são muito cautelosos. Não discutimos nada antes porque queremos esperar o dia 28, concretizando a vitória, e aí, sim, sentar para definir como vai ser a atuação de cada um no governo federal. Coloco-me à disposição de Bolsonaro para estar onde ele entender que posso contribuir mais. Seja no ministério, na Câmara Federal, como líder de governo, como líder do partido. Isso vamos discutir após o dia 28.

Como o senhor vê o cenário das eleições no segundo turno? Qual a sua projeção?
Acredito que vamos vencer as eleições com ampla vantagem. É o que as pesquisas têm apontado. Pesquisas que sempre jogaram contra o time de Jair Bolsonaro. Acredito que podemos vencer esta eleição com a maior votação de um presidente nos últimos anos do Brasil.

E a situação em Minas, como mudar o panorama e trabalhar para unir os governos federal e estadual? Há alguma aproximação com algum dos candidatos ao Palácio da Liberdade?
Minas Gerais está em uma situação muito delicada. A economia não é boa e a questão previdenciária é o grande problema do estado. O próximo governador vai ter esse desafio. Jair Bolsonaro, ganhando a eleição, vou ter todo o prazer de fazer esse link, essa ponte para poder resgatar não só a economia do estado, mas também a do país. Como eu disse, as eleições acabam dia 28. A partir de janeiro serão novos governos federal e estadual. Vamos, independentemente de quem seja o governador, sentar para, em parceria, conseguir reestruturar nosso estado e melhorar a qualidade de vida de todos os mineiros.

Bolsonaro defende muitas pautas polêmicas, como a liberação do porte de armas, além de ter um discurso muitas vezes questionado por outros políticos e demais autoridades, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O senhor tem alguma divergência às pautas do candidato à Presidência pelo seu partido?
Sou conservador por natureza. Minhas ideias se alinham muito bem com as de Jair Bolsonaro. Em relação ao porte de armas, sou a favor que o cidadão de bem possa sim ter o porte de armas. Não vai ser igual ao que muita gente está espalhando ou imaginando que seja, uma mesa com armas e cada um pegar a sua. Não é isso. É ter critérios, exames psicológicos e para quem quiser ter uma arma. Acho que é direito do cidadão de bem, por exemplo, ter uma arma dentro de casa para defender sua família. Não tenho dificuldade nenhuma em relação às pautas de Jair Bolsonaro.

Por enquanto, o PT tem a maior bancada da Câmara, com 56 deputados eleitos. O PSL, que elegeu 52, espera conquistar outros com a cláusula de barreira e a migração partidária?
O PSL passou a ter 52 deputados (tinha apenas um em 2014), a segunda maior bancada do Brasil, podendo ser a primeira com a possibilidade de migração de deputados que foram eleitos por partidos que não ultrapassaram a cláusula de barreira. Isso é fundamental não só para ajudar na governabilidade, mas em apoio em todos os sentidos a uma nova gestão, com uma nova proposta para o Brasil, eliminando a questão do ‘toma lá dá cá’. É o momento de a classe política dar sua contribuição mais incisiva ao Brasil. É fundamental ter uma bancada robusta na Câmara para ajudar, principalmente, nas reformas que virão por aí. Estamos conversando com alguns deputados de outros partidos e, possivelmente, vamos receber alguns, fazendo do PSL o partido da maior bancada na Câmara dos Deputados.

 


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